quarta-feira, 1 de outubro de 2008

EU SOU DOS QUE NÃO TÊM CARTÃO FNAC E ESTOU DESCONTENTE COM A DECISÃO DE ALTERAR A POLÍTICA DE PREÇOS


Isto apesar de não achar correcto o procedimento até agora desenvolvido pela FNAC. Passo a explicar.

1) É agradável comprar um objecto sabendo que ele tem um desconto de 10%,
2) Anunciar o fim desse desconto desperta um sentimento oposto, de desdém por quem determina o novo propósito,
3) Ponho-me a pensar: de um lado, existem os detentores do cartão FNAC (250 mil diz a notícia do Público), do outro, os que não têm o mesmo cartão (que não sei quantos são). Logo, passei a ser um "sem cartão", ou seja, desalinhado, marginal, inferior. Para recuperar o rótulo de bom cidadão, terei de pedir um cartão,
4) Mas, numa perspectiva de economia política (quiçá redutora mas oportuna), penso melhor sobre a medida do anúncio do fim do desconto para os "sem cartão": a FNAC, com a política dos 10% de desconto, contribuiu para o fim de pequenas livrarias que não podiam competir. Agora, com uma quota de mercado significativa, já tem margem para impor. A isto chama-se, na perspectiva teórica acima enunciada, atitude monopolista. Ah, depois das nacionalizações da banca pelo ocidente fora - coisa estranha nos países capitalistas - nestes últimos dias, já pouco me espanta! A isto pode chamar-se também manipulação,
5) Pensava que o cliente e os bens culturais vendidos na FNAC eram mais importantes que o cartão. Como se a fidelidade estivesse no cartão da FNAC (que não é dourado como o dos bancos)!,
6) Pensando ainda melhor, se a jornalista do Público (São José Almeida) é uma profissional séria (do que leio dela, tenho-a nessa conta) e escreveu bem o que disse o director de comunicação da FNAC, este está profundamente equivocado. Terá dito ele: "Nós temos esta prática de forma sistemática, mas, com o tempo, a concorrência optou por destacar este tipo de descontos de forma promocional". A ser assim, os preços na FNAC passam a ser mais caros que nos outros sítios e não iguais a esses outros sítios. Li eu mal?

Como conclusão: em termos de imagem, é um erro, creia-me o director de comunicação da FNAC. Não será melhor voltar atrás? Ou quer que toda a gente seja fichada, "com cartão"?

Sem comentários: