quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

CINEMAS DE LISBOA NO COMEÇO DO SÉCULO XX

Em 1904, era inaugurado o Salão Ideal, à rua do Loreto. Quatro anos depois, abria o Chiado Terrasse, à entrada da rua António Maria Cardoso, o "salão cinematográfico mais amplo, cómodo e elegante de Lisboa", título que perderia em 1909 quando o Salão Trindade se considerava "o mais elegante cinema de Lisboa". Um pouco acima, na rua D. Pedro V, abria o Salon Rouge com filmes pornográficos, actividade que se tornou mais apropriada para o Animatógrafo do Rossio, ao Arco da Bandeira, na loja de um prédio pombalino com uma decoração de fachada em estilo Arte Nova, e que ainda se mantém no ramo até hoje. Nos Restauradores, numa ponta do Palácio Foz, iniciava-se o Salão Central, o animatógrafo onde "se reunia toda a sociedade elegante". Outros cinemas, com vida mais efémera, eram implantados no eixo Chiado-Restauradores, significativo da importância daquela área do ponto de vista cultural e do entretenimento na época.

Os anos finais da monarquia iam-se afeiçoando ao novo espectáculo paralelo ao teatro em salas mais antigas, escreve José-Augusto França, no seu novo livro Lisboa - História Física e Moral (p. 640). O historiador duvida do "público elegante" a ir ao cinema e arrisca tratar-se mais de classes populares.

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