Diários de Viagem. Desenhos do quotidiano. 35 Autores Contemporâneos é um livro de Eduardo Salavisa, agora editado pela Quimera.
O diário de viagem ou caderno de esboços ou diário gráfico é um caderno de capa grossa, com cantos e lombada de pano e que acompanha os artistas e escritores onde tomam notas, fazem apontamentos e desenham esboços, quando numa viagem ou num momento de reflexão e inspiração.
Eduardo Salavisa recolhe a opinião de um colega de profissão que indica ser o diário de viagem uma espécie de mini-estúdio ambulante que ajuda a criatividade durante o dia inteiro. O autor vê a viagem como um espaço de disponibilidade, com mais tempo e capacidade para observar e registar, sendo que, num caderno, cada desenho está dependente da série ou conjunto em que se integra (p. 16). Animador de um magnífico blogue, o desenhador do quotidiano, Eduardo Salavisa tem também no seu livro um subcapítulo dedicado à blogosfera, a qual obriga, segundo as suas palavras, a que as imagens editadas sejam feitas com mais atenção e frequência (p. 25) [na imagem ao lado, Eduardo Salavisa, ao lado de Cruzeiro Seixas, no lançamento do livro no passado sábado].
Após uma introdução, de ordem mais teórica e com inclusão de elementos sobre cadernos de viagem de autores conhecidos (Edward Hopper, Eugéne Delacroix, Frida Kahlo, Hugo Pratt, Le Corbusier e Pablo Picasso), o livro destaca autores contemporâneos (35), com um pequeno texto e um conjunto de imagens retiradas dos cadernos de cada artista. A terceira parte deste livro ricamente ilustrado é um curso de iniciação ao desenho pelo uso do diário gráfico. Lê-se: "Há uns anos iniciei a experiência de introduzir o Diário Gráfico como instrumento no ensino/aprendizagem nas disciplinas onde o desenho tem uma importância fundamental" (p. 237).
Eduardo Salavisa nasceu em Lisboa em 1950, é professor do ensino secundário e gosta de viagens sem itinerário marcado, de preferência pelo Sul, como América do Sul, Europa do Sul e Cabo Verde (de que aqui se reproduzem duas imagens, a primeira vem na p. 85 e a segunda nas pp. 6-7). Diz ele: "Normalmente ando com canetas de várias espessuras e uso-as conforme a escala do que quero representar. [...] As cores, aguarelas, aplico-as depois à noite no hotel, ou onde estiver alojado. Permite-me relembrar o dia, escrever alguma coisa que acho que devia ser lembrada, colar algum bilhete ou outra coisa do género" (p. 80).
[os meus agradecimentos ao editor que forneceu os materiais para a construção da mensagem e permitiu a reprodução das imagens]
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