quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MEDIA DIGITAIS EM DISCUSSÃO

Na edição de hoje em papel do Guardian, Ed Richards, director executivo da Ofcom, o equivalente inglês da Anacom, escreve sobre a idade digital. Para ele, o espectáculo de ontem do Capitólio (a sessão da tomada de posse do presidente americano Barack Obama), visto por milhões na televisão, nos computadores e nos telemóveis, ilustra o modo como o mundo está a mudar profundamente, devido aos media digitais.

Hoje mesmo, a Ofcom colocou um relatório sobre como pode o serviço público do audiovisual passar para o novo modelo digital, com a qualidade e o espírito criativo do serviço público e com a mobilidade e a interactividade promovidas pela largura de banda (ver texto completo aqui) [imagem de Ed Richards tirada do sítio do Guardian].

Richards fala da qualidade e da interacção entre serviço público (BBC) e comercial (ITV, Channel 4, canais de cabo) e chama a atenção para a pressão económica colocada cada vez mais sobre o serviço público. Entende ele que se torna preciso pensar num novo modelo com outros parceiros, associações e mesmo fusões. Conteúdos para populações de maior risco ou com necessidades especiais, como as crianças, ou programas de origem nacional precisam de recursos. Mas a questão não se conclui com os fundos. É preciso também pensar nas plataformas e a mudança para o digital (digital switchover) é fundamental, além de se precisar de fazer uma ampla discussão pública.

Ed Richards indica que, para além da televisão, devem ampliar-se as capacidades de criar conteúdos que sejam adequados às redes digitais do futuro e, acima de tudo, é necessário que o Reino Unido mantenha a liderança na economia criativa. E assegure a cultura e as identidades nacionais. Ele, enquanto responsável de uma entidade de Estado mas independente do poder governamental, espera que políticos e dirigentes das empresas de audiovisual decidam antes da oportunidade se ir embora.

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