sábado, 3 de janeiro de 2009

PORTO, PRAÇA DA REPÚBLICA


Durante anos, na minha adolescência inicial, o jardim da Praça da República, no Porto, parecia-me um espaço urbano ligado à natureza maior que qualquer outro. O condutor do eléctrico, quando parava no final da linha, gritava "Cáááuuumpu" (do nome original: Campo de Santo Ovídio). Os anos encarregaram-se de estabelecer comparações e diminuir muito a dimensão e afastar a acentuação da palavra. Reparo agora no casario a leste: casas de dois a cinco andares e frente reduzida, como se fossem legos facilmente desmontáveis. Nos dias de Verão, as pessoas mais idosas sentam-se nos bancos do jardim, a conversar ou a ver o movimento, enquanto escassas crianças correm. Não me lembro de ver homens a jogar cartas.

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