Ontem, Mark Zuckerberg, responsável da rede Facebook, dava conta do mal estar que assolara a rede social. Esta decidira alterar o regulamento dos utilizadores: até 4 de Fevereiro passado, se um utilizador saísse, toda a informação a ele ligada (mensagens, fotografias) era apagada. A rede social decidiu, desde essa data, que o utilizador receptor ficava com uma cópia de cada mensagem recebida, independentemente de o utilizador emissor se manter ou não na rede. Em causa, o direito à privacidade (caso o utilizador apagasse a conta na rede social).
Hoje, Mark Zuckerberg informa que o regulamento voltava ao original, dando razão aos que achavam que a rede social estava a violar o direito de cada um de estar ou sair da rede. Num dos parágrafos, ele revela a importância da Facebook: "Mais de 175 milhões de pessoas usam a Facebook. Se fosse um país, seria o sexto país mais populoso do mundo. O nosso regulamento não é apenas um documento que protege os nossos direitos; é o documento que governa o modo como o serviço é usado por todos em todo o mundo. Dada a sua importância, precisamos de reflectir os princípios e os valores das pessoas que utilizam o serviço". Traduzindo a ideia: a Facebook quer que as pessoas partilhem e controlem a sua informação; se elas quiserem deixar de partilhar, desaparecem os rastos.
A força da Facebook e das outras redes sociais é o crescimento que elas estão a ter. Todos os dias, recebo várias propostas de ligações a esta e à rede Twitter, o que significa a expansão que as redes estão a ter. A oportunidade é criar perfis apetecíveis - os que gostam de cinema ou fazem montanhismo ou coleccionam selos são agregados e podem ser úteis em bases de dados, como nas semanas anteriores se anunciou ser o propósito da Facebook.
O dilema é que se colocam problemas novos - de vigilância, de privacidade, de interactividade. A ideia de a Facebook fazer duas cópias de uma mensagem pode ser interessante, pois fica sempre uma memória. Contudo, se eu me zangar com alguém e quiser eliminar tudo o que se relaciona com essa pessoa, não admito que fiquem elementos públicos dessa relação. Não é limpar ninguém da fotografia, como faziam os estalinistas quando alguém caía em desgraça, mas apenas um apagamento.
Apesar de tudo, não acredito na bondade desta medida de Mark Zuckerberg. Um dia, decidi sair da rede Facebook. Fiquei convencido que os meus dados tinham sido apagados. Vários meses depois, voltei a aderir; descobri que todas as ligações (relações) se mantinham. Não começava do zero, recomeçava no ponto de onde me desligara. O que significa que a memória ficou lá. E se eu quisesse mesmo ficar apagado para sempre? Impossível. Entra-se mas já não se sai; fica-se apenas adormecido.
1 comentário:
Eu apaguei tudo. até nome falso coloquei. Será que vai funcionar?
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