quarta-feira, 4 de março de 2009

DIÁRIO DE NOTÍCIAS, JORNAL DE NOTÍCIAS E OUTROS DO GRUPO CONTROLINVESTE

  • Mais de centena e meia de pessoas, a maioria pertencente aos quatro jornais da Controlinveste, manifestaram-se hoje em frente ao edifício do Jornal de Notícias, no Porto, em protesto contra os 119 despedimentos anunciados pelo grupo. Entre os manifestantes encontram-se boa parte dos despedidos, mas também muitos trabalhadores não abrangidos pela medida - jornalistas e não jornalistas - pertencentes aos quadros dos quatro jornais do grupo, que inclui o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, o 24 Horas e o diário desportivo O Jogo (Público Última Hora, 18:21).

O Diário de Notícias surgiu a 1 de Janeiro de 1865, ao preço de 10 réis. Um dos traços marcantes do jornal foi eliminar o artigo de fundo, pois “não discute política, nem sustenta polémica”. A imprensa noticiosa substituia a de opinião. A tiragem inicial foi de 5 mil exemplares, subindo para 9600 no final do primeiro ano. Desde o princípio, a sua venda foi feita por vendedores ambulantes, os ardinas, que apregoavam o jornal. Ao fim de dois meses de publicação, o jornal tinha 30 vendedores ao seu serviço, que recebiam dois réis por exemplar [em José Tengarrinha (1965). História da Imprensa Periódica Portuguesa. Lisboa: Portugália]. Na edição de 18 de Fevereiro de 1865, o Diário de Notícias trazia uma referência ao novo Jornal de Notícias (Porto), que havia adoptado uma forma de venda semelhante, copiando ainda o programa literário e administrativo do Diário de Notícias. A revolução do jornal de Lisboa espalhara-se ao país.

4 comentários:

afigaro disse...

Aprendi a ler jornais numa mercearia e taberna, na minha aldeia, de um meu 2.º tio,que me incutiu o vício pela leitura destes. Havia frenesim, por parte da miudagem, quando a camioneta da carreira não parava nem para deixar clientes, nem para levar e o cobrador atirava pela janela os dois rolos dos jornais: "O Século" e o "Diário de Notícias".
A loucura acontecia no Verão com a "Volta a Portugal" em bicicleta.

Afonso Pimenta disse...

Ando com um medinho do que poderá acontecer ao Público mais tarde ou mais cedo. O P2 reduziu o número de páginas. O Ipsilon (Para não falar da fusão do "Mil Folhas" com o suplemento "Sons"), nas últimas semanas, também. E já não é o projecto que era. Tenho saudades de quando os artigos de opinião estavam ao virar da capa.

Anónimo disse...

Parabéns, Público, pelos 19 anos.
Rogério Santos

Anónimo disse...

Só um aparte: o «Jornal de Noticias» referido na posta, não é o actual JN, que só foi fundado em 1888.