A coroação de Penélope Cruz (a primeira mulher espanhola a ganhar um óscar) marca uma mudança cultural significativa em termos de atitudes para com actores não americanos, escreve o Observer de hoje. Na noite dos óscares, Cruz diria: "A todos los actores de mi país, muchíssimas gracias". Se o Reino Unido e a Índia festejaram os óscares no filme Slumdog Millionaire, em Espanha os jornais escreviam "Hollywood coroa Penélope". A actriz espanhola entrou no filme de Woody Allen, Vicky Cristina Barcelona, filme que não apreciei sobremaneira, em que Cruz desempenha um papel feminino secundário. Curiosamente, ela contracena com Javier Bardem, que se tornara o primeiro actor espanhol a ganhar um óscar com o filme de 2007 No Country for Old Man (Este País não é Para Velhos, na tradução portuguesa; Onde os Fracos Não Têm Vez, na tradução brasileira), dos irmãos Ethan e Joel Coen.
O Observer indica que este reconhecimento dos talentos espanhóis (e hispânicos) se deve ao crescente peso da comunidade de língua castelhana nos Estados Unidos: mais de 46 milhões ou 15,1% dos 305 milhões de habitantes, muitos deles vivendo nos estados da Califórnia, Arizona, Novo México e Texas. Nas últimas eleições, dois terços dos hispânicos votaram em Barack Obama; há 23 membros democratas e 1 membro independente no Congresso com sangue hispânico. E o cinema segue a tendência da rádio e da televisão, onde a minoria de língua castelhana está a aumentar a sua influência, nomeadamente nos estados acima indicados.
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