Esta semana, abandonei as rádios de FM e de internet e experimentei o MySpace. Fiz uma espécie de mapeamento da chanson française (designação demasiadamente abrangente) e fiquei contente com o que vi e ouvi. Incluo Louisa Baïleche, Camille, Anaïs, Lena Ka, Maltès (banda constituída por Lo, Jocelyn Dupuis, Michal Sanchez, Didier Thery, Yvan Ackerman, Jimmy Montout, Emilio Castiello, Yann Cotty), Marie Cherrier, Yan, Julien Déniel, Christian Alazard, Sarah Caillibot, Stéphane Cadé (mais grunge que chanson, com a canção De l'amour et de l'air em vídeo no filme de Nicolas Charmel) e Zut Zoe, da cantora e actriz Elodie Vom Hofe (companhia Scena Nostra) e do músico e compositor Laurent Roussel (em vídeo do France Ô Folies Asnières 2008).
O MySpace é um rede social, onde cada músico ou banda incluem cinco ou seis músicas, vídeos de concertos, fotografias e slideshows, com links para amigos e colegas de profissão e comentários de fãs, alguns de outros músicos, o que permite a (re)construção de tendências musicais. O MySpace, que possibilita ainda a promoção de discos e concertos, com letras de canções, publicita correntes estéticas de países de língua não inglesa, quebrando a hegemonia da pop anglo-americana patente nas rádios portuguesas, por exemplo. As estéticas ou estilos que se ouvem são próximos dos anglo-americanos dominantes, o que ilustra a universalidade de gostos sem pôr em causa particularidades linguísticas e influências locais ou nacionais. É uma montra obrigatória para quem faz música: consagrados e novos valores. A geração mais jovem, de cultura digital, ao aceder a um meio que combina sons, imagem fixa e em movimento, mais próxima dos seus fãs, encontra aqui um novo e poderoso canal de distribuição e publicidade, sem necessidade de grandes financiamentos e aparatos técnicos.
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