Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
OPINIÃO PÚBLICA LIDA POR RICHARD BUTSCH
Ao contrário da tradição liberal de esfera pública focada na deliberação (Habermas), há a teoria que considera também a acção (Park, Lippmann, Dewey).
Esta segunda perspectiva aproxima-se do francês Gabriel Tarde, que contrastou públicos e multidões na teoria da psicologia das multidões no final do século XIX. Ao mesmo tempo, o sociólogo americano Robert Park pôs também em confronto multidão e público.
Tarde e Park escreveram numa época em que o jornal diário era o principal meio de comunicação de massa, e ambos consideravam-no central para o funcionamento do público. Park fundou o campo sociológico do comportamento colectivo que incluia o estudo das multidões e públicos. As multidões eram massas em acção e podia falar-se crescentemente em massas – e audiências de massas – por oposição a públicos, com o surgimento da rádio. A relação dos públicos e das multidões destacava mais a perspectiva social que a política. Sobre os públicos, na década de 1920, Walter Lippmann e John Dewey estabeleceram um debate.
Lippmann considerava a massa incapaz de desempenhar o seu papel como público "verdadeiro" e precisando de ser conduzido pela propaganda, por mensagens mediáticas, graças à elite educada. Por seu lado, Dewey via os públicos como a emergência natural dos esforços da comunidade para resolver problemas comuns, com soluções institucionalizadas no governo.
Leitura: Richard Butsch (ed.) (2007). Media and public spheres. Hampshire e Nova Iorque: Palgrave, p. 2
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1 comentário:
Adorei seu blog.
Super a ver comigo, encontrei um ótimo lugar para fazer pesquisas.
Voltarei mais vezes e vou seguir para não perder nada.
Até.
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