Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
OPINIÃO PÚBLICA SEGUNDO WALTER LIPPMANN
No prefácio à tradução portuguesa do livro de Walter Lippmann, Opinião Pública, escreve Jacques A. Wainberg sobre aquele jornalista, crítico dos media, colunista, ensaísta, filósofo político e assessor de presidentes americanos que não acreditava na acção da imprensa em termos de formação de opinião pública. Lippmann analisara a cobertura jornalística do New York Times sobre a revolução comunista russa de 1917 e concluira que as notícias não se baseavam em factos mas em esperanças dos homens que pertenciam ao jornal e gostariam que o rumo fosse o desejado por eles: a queda imediata do regime russo. Lippmann escreveria que os jornalistas têm tendência de generalizar factos baseando-se em ideias fixas.
Por outro lado, a formação da opinião pública por parte dos leitores carece de profundidade: estes não têm tempo e possuem esterótipos que os induzem em erros frequentes. As pessoas, concluiria Lippmann, têm enorme dificuldade em se informar de forma competente e marginalizam conteúdos necessários à consolidação de uma cidadania consciente.
Daí, a defesa da governação por parte de poucos homens de acção mas bem informados. Por isso, a aceitação para criar elites educadas capazes de liderar a sociedade.
Leitura: Walter Lippmann (1922/2008). Opinião Pública. Petrópolis, RJ: Editora Vozes
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1 comentário:
"Onde todos pensam do mesmo jeito, ninguém pensa muito".
Lippmann
Obrigado pelo texto, aproveitei a dica para conseguir o livro :)
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