terça-feira, 16 de junho de 2009

ARTE DE RUA EM STAHL


No século XX, dois movimentos artísticos foram da rua para o museu, a Pop Art (caso de Warhol) e o Fluxus (caso de Marchetti, imagem retirada do sítio do museu Vostell Malpartida), hoje vistas como épocas clássicas da arte moderna. A diferença entre as duas é fundamentalmente de marketing, com a primeira a ter uma audiência mais vasta e a segunda a permanecer relativamente obscura.

O mesmo pode acontecer com a arte de rua, após a comercialização dos "artistas" do graffti - os grafiteiros como gosto de chamar -, segundo a conclusão de Johannes Stahl [imagem em baixo] em livro recentemente editado pela h.f.ullmann e chamado Street Art (2009, p. 145). Claro que os grafiteiros mudam, ao passarem da parede da rua para a tela do museu, com a posição de ilegalidade e espécie de sociedade secreta compensada pela visibilidade artística, o sujo face ao limpo. Stahl chama de arrogante a posição assumida pelos grafiteiros quando se autonomeiam como Alta Arte Popular Urbana ou Arte de Metropolitano ou Arte Pós-Graffiti (p. 151). O spray perde a mensagem política, se a tinha, e adquire o estatuto de bonita imagem.



No meu entendimento, têm de se fazer mais investigações sobre esta matéria. Ao pós-moderno e virtual (a cultura digital) opõem-se as novas corporeidades como os graffiti e as tatuagens (a híbrida cultura analógica e moderna).

Johannes Stahl estudou história de arte, literatura alemã, filosofia e urbanismo nas Universidades de Bona e Marburg (1978-1985). Até 1991, foi crítico de arte. Mais tarde, trabalhou na Bonner Kunstverein e na Escola de Artes Visuais de Leipzig, sendo actualmente pesquisador no College of Art and Design da universidade Burg Giebichenstein (Halle, Alemanha).

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