quarta-feira, 10 de junho de 2009

A ARTE PARA MANUEL CASTRO CALDAS

Retiro a biografia de Manuel Castro Caldas de um sítio ligado à Gulbenkian: (n. 1954, Lisboa - Portugal). Estudou pintura (Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e Whitney Museum of American Art Independent Study Program, Nova Iorque) e História de Arte (New York University/Institute of Fine Arts, Nova Iorque). Principal responsável pela Colecção de Arte Portuguesa Contemporânea da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Lisboa. Desde 1994, Director Executivo do Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa, onde fundou o departamento de História e Teoria de Arte e onde ensina e detém a responsabilidade pedagógica do Curso Avançado de Artes Plásticas. Regulares comissariados de exposições, textos de catálogo e participações em conferências e colóquios.

Manuel Castro Caldas editou, no final de 2008, o livro Dar Coisas aos Nomes. Escritos Sobre Arte e Outros Textos, na Assírio & Alvim, com selecção de textos e prefácio-entrevista de Philip Cabau e Maria João Branco.

São duas décadas de textos seleccionados, somos informados logo no começo do livro. Textos associados a exposições individuais de artistas consagrados, primeiras exposições, em contextos diversificados. O prefácio-entrevista é o perfeito guião para conhecermos o autor. Ele diz: ""E se a prática for o centro da aprendizagem (é o caso, no Ar.Co), o treino teórico é o processamento desse tipo de informação por um corpo já inteiramente dedicado ao fazer" (p. 13). Quando os entrevistadores indicam que os textos do autor têm poucas referências ao cinema, à música e às artes performativas, responde: "Há áreas em que prefiro ser amador, como dizia Roland Barthes. [...] A escultura é imensamente antiga, a pintura (que para nós é para todos os efeitos a pintura de cavalete) é de ontem, embora tenha alcançado uma proeminência inédita [...] Depois interessei-me pelo desenho, tendo entendido que ele está em todo o lado" (p. 27).

Muitos artistas passam pelo seu livro: Ana Jotta, Jorge Martins, Manuel da Costa Cabral, Ana Hatherly, Jorge Queiroz, João Queiroz, Pedro Sousa Vieira, Rui Chafes, Rui Sanches, Fernando Calhau, Tereza Seabra, Susana Solano e José Pedro Croft, entre outros.

Fico-me no texto que dá o título ao livro, onde escreve: "O encontro com as coisas é feito em torno da linguagem: antes do nome, depois do nome" (p. 164). Continua, a propósito de Miguel Branco: "A linguagem transformou-se em força especial - abstracta, integrante, materna -, acolhendo primeiro a perturbação, aceitando depois cada criatura como um novo irmão".

Este livro é um belo objecto cultural. Vale a pena comprar e ler devagar os textos. Muitos destes são acompanhados por imagens das obras, sem cor original e a escala reduzida, que servem como marcadores de referência (p. 28). O papel é de grande qualidade, mas a combinação do papel e da tinta deixa uma sensação desagradável, com cheiro a peixe.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia,
O livro parece-me interessante e a abordagem do RS motivadora da sua leitura.
Os blogs têm isto de importante: -seleccionados por interesses - a informaçao do IC não desilude. RS esta atento para bem da nossa curiosidade.

GF

Anónimo disse...

é todo um unverso de reflexao que emerge a começar em Aristoteles: essencialismo/ nominalismo, "how to to things with words", "les mots et les choses"
Para quem gosta do tema...como eu
GF