Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
DO GOSTO AO CONSUMO
Estávamos a analisar um documento sobre as gerações consumidoras dos media e das indústrias culturais. Falei em produtos culturais de qualidade e populares. Um aluno chamou-me a atenção para, por exemplo, a arte do sapateado. Como a podemos classificar face a indústrias como a televisão ou o cinema ou a artes criativas como o concerto musical ou a exposição de pintura? A qualidade é um conceito de gosto. Concluímos que os consumos de cultura têm de possuir mais elementos de avaliação, como a tradição e a ruptura, o conservadorismo e a novidade, o equilíbrio entre ambos. Depois, as diversas gerações têm consumos desiguais: elevados até aos 26-30 anos (e muita diversidade de consumo, incluindo práticas de saída nocturna e de convívio), redução a partir desse nível etário (menos tempos livres, mais preocupações económicas como habitação, família, emprego), leve aumento de consumos, mas mais orientados para actividades específicas, a partir dos 40-45 anos. A geografia é um outro elemento a considerar - o investimento das autarquias em cultura e entretenimento é assimétrico: segundo dados das Estatísticas da Cultura 2008 (INE), o Alentejo dedica mais dinheiro à cultura que a Grande Lisboa, mas é na metrópole em torno da capital que está concentrada a produção cultural e onde ocorrem mais espectáculos.
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