A rádio e a televisão não são hoje prisioneiras das ondas hertzianas como nas décadas passadas. Com a internet, já não existem os constrangimentos ao crescimento de canais de distribuição. Por isso, não se pode dizer que a rádio é somente FM ou a televisão VHF e UHF como se não diz que o jornal tem apenas edição em papel.
A rádio tem outro aspecto a salientar. Os estudos de opinião indicam que as pessoas gostam de ouvir rádio, mas os programadores tendem a introduzir histórias nos seus programas. Os ouvintes acabam por ser “apanhados” pelas narrativas. O Jogo da Mala da Renascença foi um êxito na década de 1980, com António Sala como um dos radialistas protagonistas. Na RFM, quando a radialista da manhã Carla Rocha resolveu casar o tema foi muito discutido dentro do programa. As histórias do nascimento do seu filho e a substituição dela durante a sua ausência por maternidade e o concurso criado para encontrar outra radialista trouxeram picos de audiências à estação.
A rádio continua a manter uma característica fundamental, a da criação e manutenção de uma comunidade de ouvintes, quer na rádio linear e hertziana quer na rádio não linear e de internet. As redes sociais acreascentam-se como novo espaço de ligação entre rádio e comunidades, como o Facebook. A estratégia principal é ter uma comunicação apelativa em FM e mantê-la no online.
A internet possibilita também a existência de acções de promoção de programas e a subsequente possibilidade de captação de investimento publicitário que tem escapado aos media tradicionais. Estima-se que o retorno publicitário da rádio na internet atinja um valor de 3 a 5%, pequeno ainda mas com grandes possibilidades de crescer, a partir de um investimento nos novos media por parte das estações na ordem dos 20%/30% anuais.
[Ver primeiro texto deste tema em 10 de Abril de 2010]
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