domingo, 4 de julho de 2010

ERUDIÇÃO

O artigo de José Pacheco Pereira no Público de ontem foi sobre a erudição. Esta foi definida como o conhecimento extenso adquirido em especial através de livros, uma aprendizagem profunda e recôndita [recondite, palavra inglesa que também se pode traduzir por oculta, secreta, misteriosa, profunda] pelos livros. Ora, diz Pacheco Pereira, o conhecimento "aprendido dos livros" não está no topo de coisa alguma e a erudição é vista como anacronismo, coisa obsoleta e inútil.

Ele escreve sobre eruditos que faleceram há muito (Alexandre Herculano, Leite de Vasconcelos, Carolina Michaelis, Gama Barros, Michel Giacometti) ou há pouco (José de Pina Martins, Vasco Magalhães Vilhena) ou que foram homenageados recentemente (Martim de Albuquerque) ou projectos actuais na internet (Classica Digitalia). Aqui, podem ler-se textos como os de Plutarco, Obras Morais, como "Acerca do Número Excessivo de Amigos" ou "Como Distinguir um Adulador de um Amigo". Em "Acerca do Número Excessivo de Amigos", escreveu Plutarco:
  • "É que a verdadeira amizade exige acima de tudo três coisas: a virtude como algo belo, a intimidade como algo doce, e a utilidade como algo necessário. De facto, é necessário que um homem seja crítico antes de aceitar um amigo, que tenha prazer na sua companhia, e que a ele recorra quando houver necessidade, condições que são incompatíveis com a multiplicidade de relações. Mas, sem dúvida, o primeiro, o discernimento, é o de maior importância".

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