História das Telecomunicações em Portugal é um volume dirigido por Fernanda Rollo e editada pela Fundação PT em 2009, com 533 páginas. Mais precisamente, trata-se de uma história do grupo PT, resultado de protocolo feito entre a Fundação que editou o livro e o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa, e que contou ainda com a investigação de Ana Paula Pires, Maria Inês Queiroz, Paula Meireles, João Moreira Tavares, Sandra Araújo, Maria Alexandre Dáskalos, Mafalda Vieira e Diana Nascimento.
Nas palavras da coordenadora da investigação, Fernanda Rollo, o texto observa e analisa a história das telecomunicações nacionais desde a introdução da telegrafia e da Direcção-Geral dos Telégrafos do Reino. Foi realçada a "importância dos contextos históricos, conjunturas políticas e modelos económicos" (p. 23), bem como a ciência e a técnica, de "um mundo empresarial de feição mais moderna que emerge, condiciona e obedece aos desígnios da mutação tecnológica".
Esta história das telecomunicações divide-se nos seguintes períodos: 1) do telégrafo ao telefone (1852-1882), 2) fios sonoros, redes com voz (1882-1911), 3) República a ponto e traço (1911-1937), 4) Estado Novo, comunicações e ordem (1937-1945), 5) ciência, tecnologia e comunicações (1946-1967), 6) satélites para ligar o mundo (1968-1980), 7) era digital (1981-1994). Ou seja, deu-se relevo aos equipamentos, aos sistemas e a dois regimes políticos marcantes no século XX português.
Trabalho denso, com muitas referências a documentos de arquivo e fotografias, é um texto a ler com atenção. Porque o país empresarial, tecnológico, social, económico e cultural passa por aqui. Quase por acaso, retenho-me num anúncio da APT em 1916: "Haverá maior comodidade do que a de ter telefone em casa? Certamente que não. Fazei as vossas encomendas pelo telefone. Não deixeis para amanhã. Pedi hoje mesmo orçamentos para o escritório da Companhia" (p. 181).
Sem comentários:
Enviar um comentário