Por volta de 1840, a Europa presenciou transformações excepcionais nos transportes e comunicações. A modernidade incluiu o caminho de ferro e o serviço oceânico de navios a vapor, nos transortes, e o sistema postal nacional, os serviços comerciais de telegramas e a invenção da fotografia, nas comunicações.
Na década de 1990, a comunicação móvel, ao separar-se da física, deu origem a profundas alterações. Castells (2002) descreve a sociedade em rede, apoiada em tecnologias de informação, produto da micro-electrónica. Sempre houve redes, com flexibilidade, adaptabilidade e auto-organização, mas a micro-electrónica trouxe novas vantagens de flexibilidade, escala, portabilidade e sobrevivência. Urry (2010) destaca os mercados financeiros, que funcionam 24 horas por dia, deixando de estar sujeitos às pressões dos mercados e fornecedores nacionais, e a informação noticiosa permanente (em tempo real, através de canais múltiplos de televisão e internet). A secretária fixa, de madeira, cede lugar ao escritório móvel, que pode ser ocupado por qualquer pessoa. Com a digitalização, a informação adopta modos de mobilidade que se separam substancialmente da sua forma ou presença material: ela está sempre a viajar.
Leituras: John Urry (2007/2010). Mobilities. Cambridge e Malden, MA: Polity
Manuel Castells (1996/2002). A sociedade em rede. Lisboa: Gulbenkian
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