"O jornalismo contemporâneo tem suas raízes na cidade, no fenômeno urbano moderno, representado pelas massivas movimentações de coisas e pessoas fomentadas pelo industrialismo (Hobsbawn, 1995). O jornal diário passa a ocupar o lugar onde outrora estiveram o galo, o sino das igrejas e a posição do sol na abóbada celeste na marcação do tempo da vida daqueles seres, desde então urbanizados. «(...) é a ideia de um aqui e agora, ou seja, de espaço e tempo entrecruzados, que preside à singularização do fato» (Sodré, 2009: 26). «A cidade teve um papel predominante na reestruturação geral do jornalismo. Em seus inícios, o jornalismo ocupava a maior parte de suas edições com notas e documentos oficiais, ao passo que nos finais do século [XIX] descobriu a cidade como fonte de notícias. O mundo público deixou de limitar-se aos assuntos do governo ou do comércio, para referir-se a todo fato que, na visão dos jornalistas, tinha interesse coletivo no seio de uma comunidade» (Machado, 2000)" (Marcos Palacios, Convergência e memória: jornalismo, contexto e história, MATRIZes, Julho/Dezembro 2010).
O texto de Marcos Palacios (actualmente professor visitante na Universidade da Beira Interior, Covilhã) aparece no número mais recente da revista do programa de pós-graduação em ciências da comunicação da Universidade de São Paulo.
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