segunda-feira, 8 de novembro de 2010

LADY GAGA

Não vou ensinar sociologia do espectáculo ou promover um curso de media e celebridades sobre ela, como numa universidade americana se irá fazer, mas Lady Gaga merece algumas linhas.

Vencedora dos MTV Europe Music Awards (melhor artista pop, melhor artista feminina e melhor canção (Bad Romance), propus à turma que elencasse várias características da cantora. Teatralidade, excentricidade e multiculturalismo foram atributos principais. O estilo de música não foi muito relevado, o que significa que Lady Gaga atrai pelo modo como se expõe e como os media a representam. Neste aspecto, é uma verdadeira artista pop.

Ao ver os seus fãs agradecerem-lhe por tudo o que fez por eles, interroguei-me? Na realidade, trata-se de uma questão de gosto - e ela elaborou um novo código de gosto. Ou melhor: um código de antigosto. Num dado momento, lembrei-me de Madonna, ou a mais recente Amy Winehouse. A cenarização, a provocação, o escândalo e a vida íntima correm em simultâneo com a qualidade da voz ou a estética musical. Se a carreira de Madonna vai longa, a sua capacidade de atrair multidões transportou-se para Lady Gaga, um fenómeno pós-pós-moderno, neo-barroco, com todo o kitsch e o peso dos media nela focados. Tatuagens, sapatos, roupa interior, óculos, penteados, gestos sexuais, relação humano-animal-máquina - há todo um catálogo ou enciclopédia nos seus vídeos. O mais atraente e repelente são os seus sapatos dourados de salto elevado.

No YouTube, quando procurei por Bad Romance, fui parar a um sítio já visitado 303562765 vezes - leia-se: trezentos milhões! Um fenómeno YouTube.

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