segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

IOSSELIANI

Otar Iosseliani (ოთარ იოსელიანი, Tbilisi, Geórgia, 1934) é o realizador de Chantrapas (2010). Conta a história de Nicolas, que procura fazer um filme na Geórgia. Os dirigentes burocratas não entendem o conteúdo do mesmo e perseguem-no como dissidente. No fundo, o filme que ele se propõe fazer é sobre a liberdade e sobre a repressão, nem que as imagens mostrem apenas flores e plantas a serem derrubadas para a construção de uma zona habitacional. A repressão, no sentido da metáfora, é a perda da liberdade de vadiar após o final diário das aulas, a boleia do comboio de mercadorias, a iniciação do tabaco ou da bebida, como revela a analepse no filme. O avô conhece um amigo em Paris e encoraja-o a partir para França, pois encontrará um ambiente distinto. Nicolas, que trabalha na construção civil ou num jardim zoológico para sobreviver no Ocidente, prepara o seu filme. Os burocratas do seu país, noutra posição, parecem ajudá-lo – prometem não voltar a persegui-lo. Nicolas negoceia com os produtores, mas estes também não entendem o filme. Volta tudo quase ao princípio, com o regresso dele à Geórgia. O lar parece-lhe aconchegador, o avô procura descobrir o que Nicolas sabe de uma antiga apaixonada agora a viver em Paris. A família faz um piquenique, ele pesca. Os chantrapas são os que não servem para nada, os que devem ser excluídos. Certamente que uma sereia negra, surgida furtivamente num lago, o considerará e o levará para longe das burocracias do mundo. Talvez surja então a compreensão. Actores: Dato Tarielachvili, Tamuna Karumidze e Fanny Gonin. Vídeo no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=fs3wKEFnjMs&feature=player_embedded.

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