Chris Bilton (2011: 31) considera que, na década de 1990, a palavra de ordem foi "o conteúdo é rei". Mas, com a queda das empresas dot-com, por razões financeiras, e o crescimento avassalador dos conteúdos, houve uma desvalorização destes. A atenção dada hoje não é o que é o conteúdo mas o como se lança, a sua marca e as relações com os clientes. Por outras palavras: a gestão. Acostumados a receber conteúdos gratuitos, os consumidores foram persuadidos a pagar por um serviço de qualidade. E destaca o modelo de negócio que os Radioheads desenvolveram.
É aqui que entra Dave Itzkoff, quando publicou, no New York Times de 14 de Fevereiro último, que a banda britânica optou, logo após os Grammys (e, no Reino Unido, os prémios da British Academy of Film and Television Arts), por anunciar que o álbum The King of Limbs seria lançado em formato digital antes do lançamento físico em Maio. Contudo, ao contrário do álbum anterior, In Rainbows, em que os Radiohead permitiram aos seus fãs comprarem o disco pelo preço que entendessem, The King of Limbs não será vendido a preço flexível. No sítio The King of Limbs , a banda informa que a versão digital custa 7 euros (formato MP3) ou 11 euros (formato WAV).
O modelo parece solidificar-se. O novo disco da banda portuguesa The Gift, chamado Explode, começou a ser revelado hoje na internet, com o primeiro single RGB a poder ser ouvido (Diário de Leiria). Por seu lado, a cantora norte-americana Lady Gaga (Stefani Joanne Angelina Germanotta) lançou também hoje no seu sítio oficial o videoclip do single de avanço do álbum Born This Way, a conhecer na sua totalidade em Maio (Público).
Leitura: Chris Bilton (2011). "The management of the creative industries. From content to context". In Mark Deuze (ed.) Managing media work. Los Angeles, Londres, Nova Deli, Singapura, Washington: Sage
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