sexta-feira, 4 de março de 2011

A COLUNA DO ARQ. JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA NO SOL

A de hoje traz uma curiosa história da TVI desde 1992 e das confidências que lhe foram fazendo ao longo dos anos. Quando, na atribuição de frequências aos canais privados, se perguntava o que seria preferível: um canal liderado por Paulo Portas (através da proposta de Proença de Carvalho) ou pela Igreja Católica, a resposta pendeu para a segunda proposta. Mas a hierarquia da Igreja não conseguiu trabalhar bem o negócio, que foi parar às mãos do grupo Cisneros, a Lusomundo e a Sonae, com Belmiro de Azevedo a nomear José Eduardo Moniz como director-geral. Logo depois, com o Big Brother, a TVI ganhava a liderança de audiências à SIC. Isto quando a TVI mudara de patrão de novo, com Paes do Amaral como seu principal responsável e a formar a posterior Media Capital. Marcelo Rebelo de Sousa iniciaria um espaço de comentário político, na sequência do que fazia na estação de rádio TSF. Na altura do governo de Santana Lopes, um seu ministro atacou o programa do professor e este demitiu-se, por aparente falta de apoio de Paes do Amaral, causando grande alarido nos media da época.

José António Saraiva fala da história da TVI como uma arena política, quando enuncia a saida de Paes do Amaral para fundar o grupo editorial Leya, sendo a Media Capital substituída pela espanhola Prisa. Teoricamente, escreve o director do Sol, o canal passava a ter o controlo dos socialistas. Mantendo-se Moniz como director-geral do canal e a sua mulher como editora do jornal das sextas-feiras, formava-se uma espécie de anti-poder (palavras minhas). O primeiro-ministro queixou-se do tratamento dado pelo noticiário (a par do jornal Público, dirigido por José Manuel Fernandes), nomeadamente devido ao caso Freeport. Então, a Ongoing e a PT procuram adquirir a TVI, o negócio é publicitado antes de ocorrer, acabando por não se efectuar. A Ongoing contrata José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes, mulher deste, sai do canal e ingressa na SIC.

Dúvidas e perguntas do arqº José António Saraiva: "José Eduardo Moniz era, sem margem para dúvidas, o «guardião» das audiências da TVI - e as audiências em televisão valem milhões. Como se compreende que os espanhóis da Prisa o tenham deixado ir-se embora com tanta facilidade"? E, com o recente regresso de Paes do Amaral à TVI, como se compreende os contratos de José Alberto Carvalho e de Judite de Sousa? E como se vão entender Paes do Amaral e Marcelo Rebelo de Sousa? Que lutas se travam nos seus bastidores?

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