A memória é o espaço material e espiritual para reter os factos ocorridos e os contextos de família, comunidade ou sociedade (reflexão sobre o congresso Memorias, Medios y espacio público en la Europa Mediterránea, Madrid, 25 e 26 de Novembro). A memória é sobre o agradável e o menos interessante e marca a vida de um indivíduo ou grupo. A memória – do indivíduo ou da comunidade mas que serve (pode servir) de conduta ou exemplo para todos – é selectiva, retém os factos julgados mais importantes, é da ordem oral ou material e precisa de arquivo e de transmissão.
A memória histórica quer dizer recuperação, interpretação ou reconciliação. Ela trabalha sobre os factos narrados e interpretados de geração para geração. Mas a escola e os media têm também essa função. Ora, a memória, como entidade selectiva, elege acontecimentos e esquece ou omite outros. Trata-se de um esforço permanente de reequilíbrio e de recuperação. A memória histórica procura desfazer os valores e os mitos dominantes, dá igualmente primazia às perspectivas alternativas e posições minoritárias, contestando mesmo posições dominantes e procurando o que dizem os vencidos ou os seus representantes. Este exercício pode ser doloroso, pondo em causa verdades estabelecidas há muito tempo.
No primeiro vídeo, o trabalho de Pierre Sorlin no congresso de Madrid; no segundo vídeo, as conclusões por um dos seus organizadores, José Carlos Rueda Laffond:
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