segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O audiovisual em livro de Artur Castro Neves

Políticas públicas e regulação no sector audiovisual e multimédia. Navegar na língua portuguesa, de Artur Castro Neves, com a chancela Afrontamento, saiu agora para as livrarias.

O livro está dividido em três partes, a primeira tratando da propriedade intelectual, a segunda das políticas públicas (RTP) e a terceira da língua portuguesa. O autor, na sequência de trabalhos anteriores, dá um grande relevo às políticas públicas e aborda a economia do imaterial e os fatores críticos do crescimento e da competitividade na sociedade contemporânea, como a criação cultural, o setor audiovisual e multimédia e a economia da internet e o futuro da língua portuguesa (p. 9).

Toda a segunda parte, sobre o setor da comunicação social do Estado, é resultado de documentos que o autor preparou para a presidência da RTP entre outubro de 2009 e dezembro de 2010. Diz o autor que se tratou de uma "experiência muito gratificante, embora reconheçamos a nossa impreparação inicial para lidar com uma organização fortemente estruturada por um middle e top management agindo segundo regras e reflexos que os economistas costumam reunir sob a designação da já referida «teoria da agência, [...] estratégia própria às organizações com uma cultura de relações de poder verticalizadas e aversão à cooperação horizontal" (p. 77). Na prolongada introdução do livro, Artur Castro Neves é favorável a uma reestruturação da televisão pública e a uma privatização parcial (p. 19). Mas, por outro lado, entende ser necessário que o Estado tenha um forte instrumento de comunicação e promoção da imagem e da realidade portuguesa, pelo que defende um serviço público audiovisual bem mais poderoso e eficaz do que o atual (p. 22).

Destaco ainda o capítulo sobre a propriedade intelectual, onde o autor inclui definições de indústrias culturais e criativas, formação de públicos e mecenato e voluntariado.

Artur Castro Neves (Porto, 1944), sociólogo, foi docente de economia na Universidade do Porto e no ISCTE (1976-1978), trabalhou no setor cinematográfico em Paris (década de 1980), colaborou no Secretariado Nacional para o Audiovisual (1990-1991), foi consultor externo da RTP (2009-2010) e secretário-geral da associação SCALE integrada no programa comunitário MEDIA II (1991-1997), entre outras atividades e funções.

Leitura: Artur Castro Neves (2012). Políticas públicas e regulação no sector audiovisual e multimédia. Navegar na língua portuguesa. Porto: Edições Afrontamento, 190 páginas

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