sábado, 23 de março de 2013

História do Rádio Clube Português (17)

[Publicado originalmente em http://industrias-culturais.hypotheses.org/23182]
 

No nº 20, de 22 de Dezembro de 1965, a revista Antena publicava o episódio 17 da história do Rádio Clube Português. Se, no texto anterior, houve uma referência ligeira ao teatro radiofónico, neste episódio a alusão ao teatro na rádio foi mais profunda. Nele, enumeram-se os nomes de Ana Spranger, Meniche Lopes, Margarida Franco, Artur Moura, Rui Furtado, Jaime Santos, António Cruz e Azevedo Moreira, dirigidos por Manuel Lereno. O teatro radiofónico alcançava um número elevado de ouvintes, mesmo que fosse transmitido a horas tardias. Outro tópico do texto era o das empresas editoras de discos e o das lojas que os comercializavam.

Lê-se no texto: "oferecer aos ouvintes portugueses música de Portugal não era coisa fácil". Mas, de norte ao sul, o povo cantava e dançava um repertório de música folclórica quase desconhecido dos outros, comenta o mesmo texto. Ainda em 1938, um ano de fortes memórias para o autor destes episódios da história da emissora, o carro de som fez gravações de música regional que animou, durante algum tempo, os programas da estação. O texto exalta a renovação desse tipo de música, com a formação de novos ranchos folclóricos, como acção directa dos programas do Rádio Clube Português.

Esta era, contudo, uma emanação do poder político, com as campanhas do Secretariado Nacional de Informação sob a direcção de António Ferro. No centenário, comemorado em 1940, o esforço alargava-se à Emissora Nacional, de que se notabilizou Armando Leça, já aqui lembrado.