quinta-feira, 13 de março de 2014

J., um português nos Estados Unidos

J. nasceu em 1957 na região da Guarda. Com 22 anos foi trabalhar para os Estados Unidos para Elizabeth, perto de Newark, New Jersey. A mulher já lá estava. Os seus dois filhos nasceram naquele país. Têm hoje 30 e 32 anos.


Contou-me quase toda a vida. Tem duas irmãs, uma delas foi trabalhar para França e já está reformada. Na visita de três semanas que fez a Portugal, arrendou (a partir do inglês to rent) um carro, esteve na sua casa da Guarda, visitou a mãe de 99 anos que está num lar naquela cidade e levou uma das irmãs a ver a filha (sobrinha dele) que trabalha em Elvas.

J. trabalha na construção. Tem emprego de Março a Novembro. Depois, fica desempregado. Na zona de Elizabeth, há alguns clubes portugueses onde se jogam as cartas e se vê a televisão. Disse-me ir ver o jogo do Benfica, que se efetua hoje, à hora que eu escrevo, através do canal do clube de Lisboa que ele paga no cabo.

Ele disse-me que não sabe inglês, apesar de viver nos Estados Unidos há 34 anos. Ou seja, vive fechado na sua comunidade de falantes de português. E sobre Portugal, quando lhe fiz uma pergunta sobre a realidade atual, disse-me não estar interessado - "não seguir", segundo as suas palavras.

Soube de tudo, porque íamos conversando enquanto víamos o filme o filme A Rapariga que Roubava Livros nos nossos ecrãs.

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