Nos últimos três anos, procurei informações sobre a fadista Florência Rodrigues para um trabalho sobre rádio. A sua relação muito próxima com Domingos Parker, empresário da rádio e do mundo do espectáculo localizado no Porto, podia elucidar-me melhor sobre o seu percurso profissional. Não consegui, com muita pena minha.
Curiosamente, uma entrevista publicada em 20 de Março de 1971 pela revista Rádio & Televisão, impressa em papel muito mau, responde ao que eu queria saber. O texto começa assim: "Uma figurinha mignonne, uns olhos que parecem estar sempre a sorrir". Mignonne pode traduzir-se por bonitinha, ou charmosa ou graciosa. Entrevistada por Manuel Dias, depois conceituado jornalista do Jornal de Notícias, ela narraria o seu começo da actividade de "cantar mais ou menos a sério aos treze anos, num programa dirigido pelo Domingos Parker, a Hora do Garnisé. Houve um concurso de fadistas, eu concorri e fui a Rainha das Cantadeiras do Norte. Fui, depois, a Lisboa cantar num concurso idêntico de carácter nacional, voltei a ganhar e fui eleita Rainha das Cantadeiras de Portugal no Coliseu dos Recreios. Lembro-me que a terceira classificada foi a Natércia da Conceição".
A fadista iria depois para o Brasil e fez carreira durante cerca de dez anos. Ela não explica as razões da sua partida mas alude a uma razão da volta: a ausência do país de origem. Hábil, o jornalista pergunta-lhe porque se instalou no Porto e não em Lisboa, onde havia muitos recintos para trabalhar, teatro de revista e televisão. À resposta dela, a indicar ir cantar no mês seguinte a França e estar a planear ir aos Estados Unidos, o jornalista concluiu: "sempre é alguma coisa". Florência forneceu dados da sua discografia: seis composições a incluir num LP, que ainda teria mais cantigas de outros discos. No Brasil, ela gravara dois LP, tendo começado por gravar em 78 rotações por minuto, sistema à altura já anacrónico. Uma música muito conhecida da fadista seria Recado a Lisboa, de autoria de João Villaret.
Curiosamente, uma entrevista publicada em 20 de Março de 1971 pela revista Rádio & Televisão, impressa em papel muito mau, responde ao que eu queria saber. O texto começa assim: "Uma figurinha mignonne, uns olhos que parecem estar sempre a sorrir". Mignonne pode traduzir-se por bonitinha, ou charmosa ou graciosa. Entrevistada por Manuel Dias, depois conceituado jornalista do Jornal de Notícias, ela narraria o seu começo da actividade de "cantar mais ou menos a sério aos treze anos, num programa dirigido pelo Domingos Parker, a Hora do Garnisé. Houve um concurso de fadistas, eu concorri e fui a Rainha das Cantadeiras do Norte. Fui, depois, a Lisboa cantar num concurso idêntico de carácter nacional, voltei a ganhar e fui eleita Rainha das Cantadeiras de Portugal no Coliseu dos Recreios. Lembro-me que a terceira classificada foi a Natércia da Conceição".
A fadista iria depois para o Brasil e fez carreira durante cerca de dez anos. Ela não explica as razões da sua partida mas alude a uma razão da volta: a ausência do país de origem. Hábil, o jornalista pergunta-lhe porque se instalou no Porto e não em Lisboa, onde havia muitos recintos para trabalhar, teatro de revista e televisão. À resposta dela, a indicar ir cantar no mês seguinte a França e estar a planear ir aos Estados Unidos, o jornalista concluiu: "sempre é alguma coisa". Florência forneceu dados da sua discografia: seis composições a incluir num LP, que ainda teria mais cantigas de outros discos. No Brasil, ela gravara dois LP, tendo começado por gravar em 78 rotações por minuto, sistema à altura já anacrónico. Uma música muito conhecida da fadista seria Recado a Lisboa, de autoria de João Villaret.
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