O título camoniano do disco novo lançado pelo jovem compositor era muito significativo: Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades. Pelo que registo a frase justificativa do título pelo autor: "Embora imbuído ainda daqueles temas saudosistas e aparentemente pessimistas das líricas camonianas, a análise que é feita sobre o tema da mudança é perfeitamente dialéctica". José Mário Branco, muito preocupado com o trabalho da animação cultural (escolar, produção artística urbana e difusão da cultura), já estabelecera contactos e era um exemplo para outros músicos, como o também exilado Sérgio Godinho, José Jorge Letria e José Afonso. Para este último, produziria um dos seus mais importantes álbuns em termos de sonoridades: Cantigas do Maio.
Textos de Rogério Santos, com reflexões e atualidade sobre indústrias culturais (imprensa, rádio, televisão, internet, cinema, videojogos, música, livros, centros comerciais) e criativas (museus, exposições, teatro, espetáculos). Na blogosfera desde 2002.
sábado, 10 de janeiro de 2015
José Mário Branco na Flama
A capa da revista Flama de 7 de Janeiro de 1972 traz a fotografia de José Mário Branco, músico a viver exilado em França. Para uma revista moderada como a Flama, e com a censura do Estado Novo sempre presente, foi uma capa ousada, a que se acrescenta o subtítulo "Voz de Mudança" referente ao músico e cantor. O impacto é ainda maior quando a assinatura do texto traz o nome de Adelino Gomes, então a colaborar com o programa Página 1, da Rádio Renascença.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário