sábado, 14 de fevereiro de 2015

A cultura no período de "olhar para dentro"

O título do volume 4 da História Contemporânea de Portugal - 1808-2010, dirigido por António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro, é muito interessante: Olhando para Dentro, 1930-1960. O volume tem coordenação de José Luís Cardoso e contém capítulos assinados por José Luís Cardoso ("As chaves do período"; "O processo económico"), Bruno C. Reis ("A vida política"), Pedro Aires Oliveira ("Portugal no mundo"), Álvaro Garrido ("População e sociedade") e Daniel Melo ("A cultura").

O texto que mais interesse me despertou seria o de Daniel Melo pelo tema, com 33 páginas. Destaco os subtítulos: "Introdução: discursos e instituições oficiais de enquadramento"; "Literatura, imprensa e leitura"; "Artes plásticas e arquitectura"; "Teatro e cinema"; "Música e dança"; "Rádio e televisão"; "Mostrar Portugal a si mesmo e aos outros"; "Tertúlias, cafés e tabernas"; "Festas, desporto e lazeres vários"; "Universos socioculturais alternativos"; "Educação". Daniel Melo identifica autores, obras, acontecimentos, interliga grupos e correntes, tudo com uma escrita leve e muito atraente. Da minha leitura, o subtítulo sobre a rádio e a televisão é menos importante, talvez porque eu tenha trabalhado esses tópicos e não há surpresas, mas os últimos subtítulos fornecem informação e, acima de tudo, mostram uma riqueza de propostas e realizações de trabalho cultural mesmo sob a tutela de um regime político opressor e conservador.

Leitura: José Luís Cardoso (coord.) (2014). Olhando para Dentro, 1930-1960. In António Costa Pinto e Nuno Gonçalo Monteiro (dir.) História Contemporânea de Portugal - 1808-2010, 4º volume. Madrid e Lisboa: Mapfre e Penguin Random House, 252 páginas, 17,5 euros

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