Hoje, na aula de Indústrias Culturais e Criativas, esteve presente como convidado um produtor de conteúdos televisivos, em especial telenovelas. Ele falou sobre escrita para televisão e guiões. Um guião não é um processo literário mas visual, uma história contada em imagens, diálogos e descrição de uma estrutura dramática dentro de um contexto. O autor do guião já se transformou, nos Estados Unidos, em alguém de importância crescente na indústria cultural da televisão, enquanto na Europa ainda se fala do estatuto do realizador.
Nas indústrias culturais, existe um triângulo: autor, público, crítica. Com frequência, despreza-se o público. mas também se olha a televisão como mau produto cultural, incluindo a novela. O reconhecimento pela novela portuguesa, a nível de prémios internacionais, como o Grammy, indica que tem qualidade enquanto artefacto. Uma novela conta uma história, que pode ser iniciática, de catarse, e que lembra mitos e elementos da relação humana desde sempre. Assim, um guião significa uma história dentro de um contexto, enquanto organização linear de incidentes, episódios e eventos relacionados, com associação de conflitos internos e externos e escolhas. O desenho clássico de um guião que a indústria audiovisual desenvolveu é composto por tempo linear, um protagonista rapidamente identificado, uma realidade coerente, um final fechado e causalidade.
Como conclusão, não se deve esquecer que escrever um guião significa conhecer a audiência e que a arte da escrita reside na capacidade de provocar pensamento e sentimentos nos espectadores.
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