terça-feira, 13 de setembro de 2016

A Primeira Reportagem Radiofónica

A revista Nova Antena (1968-1970) era propriedade da RTP, Rádio Clube Português e Rádio Renascença, com informação sobre rádio, televisão e cinema e programação daquelas três estações. Sucedia à revista Antena (1965-1968), apenas propriedade de Rádio Clube Português e veiculando somente informação desta estação de rádio. Na Nova Antena, havia um redator de cada um dos meios de comunicação que tratava de temas da sua estação. Semanal, o sucesso da nova revista não terá sido grande, pois o primeiro diretor, José Maria de Almeida, foi substituído por João Coito no número 32, em junho de 1969. A partir daí, a revista perdeu algum interesse, com um grafismo de menor qualidade e dando mais relevo às vedetas de cinema internacionais. João Coito, nos seus editoriais, revelou-se um grande defensor da política de Marcelo Caetano.

Uma das raras bandas desenhadas que aparecem a ilustrar a publicação é a que se segue, no número 13, de 24 de janeiro de 1969, assinada por Lux e Fédor, A Primeira Reportagem Radiofónica. Ela conta o desempenho de David Sarnoff, que tornaria possível a transmissão massificada da rádio. A própria empresa duvidava do êxito daquele colaborador. A história abaixo presente descreve como ele conseguiu que um combate de boxe, opondo o campeão a um desafiante, fosse ouvido nomeadamente em teatros alugados no dia do encontro para a audição do mesmo. Superados o aluguer de salas e os problemas técnicos de linhas telefónicas, amplificação, altifalantes - e autorizações legais respetivas -, a Sarnoff colocou-se a questão do modelo de transmissão. Hoje, sabe-se transmitir um relato de futebol, hóquei em patins ou basquetebol, ou outra modalidade qualquer. Mas como seria a primeira transmissão?

Os desenhos da banda pertencem a Fédor, pseudónimo de Fernand Vandenwouwer, que desenhou a revista Tintin do começo da década de 1960 até à década seguinte. Ele, após desenhar pequenas histórias, começou a série Naufragés de l'An 3000. Outras histórias, como a que aqui se apresenta, contaram com textos de Lux.


1 comentário:

Mr. Vertigo disse...

Recordo-me de ler esta história na Revista Tintin nos anos 60, nos primeiros anos a célebre revista dos 7 aos 77 apresentava em cada numero uma história completa de 4 páginas, um género onde se iniciou Jean Graton (o criador de Michel Vaillant). Já a revista de rádio e televisão de que fala, recordo-me dela vagamente, (um familiar possuía uma tabacaria, onde passava muito tempo em criança), mas havia uma outra revista dedicada à mesma temática intitulada "Rádio e Televisão" que tinha um certo sucesso de vendas.
Boa Tarde