Li, a partir da Lusa, que o movimento cívico Fórum Cidadania Lx foi ouvido na Assembleia da República (Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto) por causa da necessidade de preservação do edifício e do espólio do Diário de Notícias, que mudou de instalações. O movimento cívico espera a aprovação de resolução para que a Direção Geral de Património e Cultura exerça as suas competências na proteção "da fachada, dos painéis do Almada Negreiros, da caixa do elevador, da porta giratória, dos frisos". O edifício do jornal é Prémio Valmor e foi classificado como imóvel de interesse público. Mas a situação do espólio do jornal é mais complicada. O que o movimento pretende é que seja feito um inventário, uma catalogação do espólio, incluindo fotografias, documentos e desenhos. O Fórum Cidadania Lx encaminhou também as suas preocupações para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, a Assembleia Municipal de Lisboa, a Câmara de Lisboa, o Ministério da Cultura e para o gabinete do primeiro-ministro.
Retiro da página de Joaquim Vieira: "O espólio do DN, que investiguei anos a fio, em particular o arquivo fotográfico, onde existem milhares de chapas vidro, muitas delas ainda não devidamente estudadas, é de uma riqueza incalculável, como documento histórico sobre o século XX português. Lá descobri, por exemplo, a única fotografia conhecida do funeral de Fernando Pessoa, que nem a redação do jornal sabia que existia. Também a Amália Rodrigues aos 15 anos, na sua primeira atuação pública, integrada numa marcha popular. Preservá-lo como património público é fundamental. Quanto à sede agora evacuada, um dos vários Prémios Valmor desenhados por Pardal Monteiro, o mais importante arquiteto de Lisboa no século XX, a importância é a mesma, mas pelo menos esse edifício está classificado como de interesse público. O espólio não".
Atualização a 1 de dezembro de 2016 (a partir de notícia do próprio jornal: "Lembrando que "em circunstância alguma, em momento algum", o movimento cívico entrou em contacto com o DN para obter resposta relativamente às preocupações manifestadas, José Carlos Lourenço [administrador da Global Media] diz, em relação ao espólio do jornal: "O espólio é do Diário de Notícias, continua no Diário de Notícias. Obviamente vai ser preservado como sempre foi. E com uma evolução relativamente ao que tem sido o passado: vamos tentar que uma parte desse espólio - mais de interesse público - possa estar disponível para que as pessoas em geral possam tomar contacto com o espólio. O espólio do Diário de Notícias confunde-se com a história do país e da cidade de Lisboa, por isso faz sentido que tenha mais visibilidade do que teve nas últimas décadas, encerrado nas caves do edifício." Para tal, o grupo tem pedido aconselhamento à Torre do Tombo, fez saber o administrador. [...] O administrador do grupo a que pertence o DN lembra que "o espólio não é passivo, é um ativo" e pergunta: "Como é que alguém tem tanta preocupação com o espólio do DN e nunca perguntou ao DN o que vai fazer com o espólio?"
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