quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

SENA SANTOS DEIXA A RDP

[nota: por razões que há muito impus a mim próprio, não gosto de especular sobre situações do quotidiano. Mas a notícia da saída de Sena Santos da RDP obriga-me a proceder de modo diferente. Afinal este é um espaço meu]

Eu já andava desconfiado. As manhãs da Antena 1 estavam diferentes (com isto não quero tirar o mérito a quem está na estação). Sena Santos tem um estilo inconfundível - faz perguntas, anima, "obrigou", vezes sem conta, o estúdio da estação a andar pelo país. De há cerca de dois anos a esta parte senti que ele estava cansado. De quê? Da nova realidade do audiovisual do Estado?

O certo é que a sua voz e o seu estilo desapareceram. E o novo espaço informativo da manhã da Antena 1 parece, perdoem-me, indigente. O animador António Macedo, a repetição das notícias duas vezes e meia entre as 8 e as 8:35 (ou 8:40), mais uma coisa chamada Palmilha Dentada (para mim desdentada) e um diálogo estranhíssimo de um psicólogo e de uma jornalista sobre horóscopos, como tratar uma criança ou coisas próximas, além do encurtamento do sinal horário, património e marca distintiva de décadas atirado fora - vão-me obrigar a demandar para outra onda, eu que sou radiodependente. Antes ouvir, sem qualquer esforço pedagógico ou crítico, umas canções em língua portuguesa. Ou saltar para a (Antena) Dois, que tem uma programação diversificada (com diferentes animadores) nas suas manhãs - Acordar a Dois [por exemplo, amanhã, com Luís Caetano e Gabriela Canavilhas] - ou à hora do almoço e logo depois - Jardim da Música, com Judite Lima. Ou redescobrir a TSF com a sua inevitável publicidade. Ou passar pela emissora (dita alternativa) Radar e ouvir Sofia Morais. Gostos ecléticos?

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