AINDA A VALENTIM DE CARVALHO - REFAZER OS FIOS À MEADA
Dois dos posts que coloquei neste weblog diziam respeito à Valentim de Carvalho e à Editorial Notícias. Hoje, uma notícia do Expresso, assinada por Pedro Lima, no renovado caderno de Economia & Internacional, junta as duas marcas.
A Valentim de Carvalho encontra-se numa fase de diversificação e de recentramento do seu negócio. É um conjunto de lojas que vende discos, mas também filmes de DVD, jogos de consola e livros, além de espaços de restauração associados às lojas. Responsável por esta alteração foi a JRP, empresa que comprou 60% da Valentim de Carvalho Lojas.
O último parágrafo da notícia é esclarecedor quanto ao âmbito de trabalho da JRP. Trata-se de um grupo com interesses na área do cinema, distribuição de filmes e vídeo, centros de diversão, áreas industrial e imobiliário e edição e distribuição de livros. É que a JRP, ainda segundo a notícia, comprou a Editorial Notícias e a Oficina do Livro, que pertenciam à Lusomundo. A JRP adquiriu também as sete lojas da Editorial Notícias.
Perguntas: será que a linha editorial se vai manter? A marca desaparece? Há o assumir nítido no cruzamento de interesses estéticos e financeiros das distintas actividades do audiovisual e do livro? Será uma alternativa à FNAC ou é uma proposta concorrente, admitindo o sucesso da fórmula [a qual esvaziou o conceito de negócio da Valentim de Carvalho no Chiado]?
Suplementar a esta notícia é o facto da revitalização da área do Saldanha, em Lisboa, como área de lazer, entretenimento e cultura. Após o desaparecimento do mítico teatro Monumental, toda a zona, num dos lados das avenidas novas, passou por uma crise de identidade. Agora, e após o lançamento e consolidação das salas de cinema existentes em dois dos centros comerciais da Praça do Saldanha, surgiu uma livraria Almedina - um espaço que considero muito elegante, esperando que possa surgir alguma animação cultural, embora sem uma área própria para tal. Perto, num centro comercial menos moderno, uma companhia de teatro tem feito um trabalho notável, com uma tendência para aquilo a que poderíamos chamar teatro de revista. A nova loja da Valentim de Carvalho, também na zona, vai certamente "puxar" para cima as indústrias culturais.
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