A DISNEY É A NOTÍCIA DO DIA
Hoje, surgiram duas notícias opostas embora complementares sobre a vida do gigante americano das indústrias culturais, a Disney. Por um lado, a recusa da oferta da sua aquisição pela Comcast; por outro lado, a compra dos direitos da série Os Marretas.
A oferta de aquisição hostil sobre a Disney pela Comcast (a maior companhia de televisão por cabo dos Estados Unidos) foi de 42 mil milhões de euros, lançada a semana passada. Com este movimento, a Comcast pretendia tornar-se o maior grupo de media e entretenimento do mundo. Caso a aquisição se concretizasse, a Comcast integrararia, para além dos estúdios Disney, a cadeia de televisão generalista ABC, o canal desportivo ESPN, os parques temáticos e a rede de clientes da Comcast, com mais de 21 milhões de assinantes. A Disney considerou baixa a proposta, rejeitando-a em comunicado emitido anteontem. O conselho de administração deu o apoio ao CEO Michael Eisner, mas manifestou disponibilidade para analisar outras propostas. Apesar da dívida da Walt Disney, que ultrapassa os nove milhões de euros, pensa-se que o conglomerado pode sobreviver. Até porque, nos últimos resultados trimestrais, a Disney apresentou lucros de 323 milhões de euros, mais do dobro relativamente ao ano de 2002. Não se trata, contudo, de assunto encerrado: recentemente, um dos descendentes de Disney abandonou a direcção, em oposição a Eisner, e fala-se do interesse em elementos da mesma direcção ponderarem a aquisição do próprio grupo, numa interessante luta interna pelo poder.
Quase ao mesmo tempo, a Disney anunciava a compra de todos os direitos da série Marretas (Muppet show) aos herdeiros de Jim Henson, por cerca de 100 milhões de euros. Segundo as notícias das agências noticiosas, o acordo para compra dos direitos dos Marretas termina uma odisseia de 14 anos para levar o sapo Cocas e Miss Piggy até ao império do rato Mickey. Já em 1990, o CEO Michael Einser oferecera cerca de 150 milhões de euros pela série, mas a morte de Jim Henson, criador dos bonecos, não permitiu a concretização do negócio. Depois, seguiu-se um período em que os direitos da série foram negociados pelos herdeiros por cerca de 680 milhões de euros ao grupo alemão EM-TV, entretanto falido em 2002. No ano passado, a família Henson readquiriu os direitos da série por 78 milhões.
Recorde-se que, nos últimos dois meses, a Disney foi notícia quer pelo êxito de Finding Nemo, o peixe desenhado nos estúdios da Pixar, empresa pioneira na animação por computador, fundada por Steve Jobs (Apple), quer pela não renovação do contrato, em 2006, estabelecido entre as duas companhias e responsável pelos últimos grandes sucessos do conglomerado de media e entretenimento fundado pela figura mítica de Walt Disney.
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