A MORTE DE MARIA HELENA FREITAS
Na altura do seu desaparecimento, o meu obrigado pelas horas de grande deleite a ouvir os seus programas na Antena 2. Fica uma doce memória.
Nota acrescentada posteriormente (22 de Fevereiro): morreu com 91 anos. Assinou o programa O canto e os seus intérpretes, programa emitido de 1959 a 2000 (Emissora Nacional, mais tarde RDP). Na sua casa de Paço d'Arcos, ficou um grande espólio, que inclui manuscritos de obras de João de Freitas Branco. Escreveu em jornais como A Voz, Diário Popular e Diário de Notícias. Tinha formação pianística e comentou ao vivo concertos e espectáculos de ópera.
2 comentários:
Desejo associar-me a esta "doce memória" mais de três anos depois (quando tive a ocasião de ler esta notícia...), pelo simples facto de ter sido – também eu – um interessado ouvinte e grande admirador de Maria Helena de Freitas, durante largos anos.
Sou habitante daquela área de Portugal que se chama “província”, mas conheço algumas coisas para lá desse horizonte, dispondo agora duma imensa variedade de fontes de prazer artístico e cultural, que chegam pelos mais variados meios.
Lamento muito que a rádio que é paga por todos nós obrigatoriamente (a taxa vem junto dos recibos de luz eléctrica, e é mais um imposto, quer se ouça rádio ou não) tenha o seu leque de interesses exclusivamente virado para o que se passa em Lisboa, seus personagens, suas competências e seus eventos.
Como tal rádio não se importa nada com a terra onde vivo (e vivo, aliás, numa cidade grande e culta), só a ouço por puro acaso.
O desinteresse com o desamor se paga.
Entretanto guardo com grande apreço a memória dos programas de Maria Helena de Freitas.
Também ela falava de coisas e grandes casos musicais essencialmente centrados em Lisboa.
As sua palavras, no entanto, tinham um acento de universalismo que formava e seduzia.
Sou a afilhada de Maria Helena de Freitas. Adoro-a por tudo o que me proporcionou e pelo que foi : uma Figura desinteressada e gigante na formação das pessoas pela cultura em geral e pela música erudita, em particular. Foi a minha segunda mãe. Que Deus a tenha em descanço e que Portugal nunca se esqueça dela, muito menos a Rádio, a sua paixão difusora !
Ana Cândida Torres
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