segunda-feira, 1 de março de 2004

CINEMA NA TELEVISÃO

Agora que já se conhecem os vencedores dos Óscares de Hollywood - e o grosso dos prémios foi para o Senhor dos anéis - vale a pena escrever sobre cinema na televisão. Isto com base numa notícia publicada ontem no El Pais.

Durante anos, diz a notícia, o cinema foi o pilar da programação dos canais de televisão em Espanha. Era um valor seguro para prender as audiências. Hoje, a aposta está nas séries televisivas. Mas o cinema continua presente, embora em menor representatividade. Num relatório sobre 2003, a Entidad de Gestión de los Derechos de Productores Audiovisuales conclui que "o cinema perdeu o protagonismo nos ecrãs de televisão" em termos de quantidade. O fenómeno explica-se pela mudança da política de contratação dos canais, devido ao aumento dos custos de contratação do cinema por imposição das grandes majors americanas e, ao mesmo tempo, à vontade dos canais reduzirem custos. Mas não há um critério uniforme. Se o primeiro canal da TVE dá relevo ao cinema americano mais conhecido, com estrelas de nomeada e temas de acção ou suspense, o segundo canal do Estado privilegia as películas espanholas, os dramas, os títulos românticos e os melodramas. Já o Canal + e o Digital + têm por base a programação cinematográfica.

Nota-se optimismo na passagem do cinema espanhol nos canais de televisão, apoiado pelos números: a RTVE investiu 24 milhões de euros no cinema espanhol em 2001, valor que subiu para 39,5 milhões em 2003, ao passo que descem as previsões de compras de longas-metragens americanas (86 milhões em 2002 para 35 este ano). E os dados agora disponibilizados mostram que quando há um filme a passar na televisão os shares são bons. A notícia do El Pais cita algumas películas espanholas que atingiram um share bem acima dos 25%. Como conclusão, considera-se que o investimento em cinema é importante, dada a actual grande criatividade em Espanha nesta indústria. Em que a televisão também ganha, ao passar após o êxito nas salas de cinema tais películas, amortizando os custos iniciais.

E como vamos em Portugal?

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