terça-feira, 2 de março de 2004

SOBRE OS JORNAIS

1. “Jornais diários ganham 107 mil leitores em dez anos” (Diário Económico), “24 Horas e CM foram os jornais que mais aumentaram as vendas nos últimos cinco anos” (Público): eis dois títulos de jornais editados ontem e que reflectem dados da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragem (APCT). A APCT foi instituída em Maio de 1986, “com o objectivo de comprovar e certificar os números de tiragem e circulação dos editores associados, bem como a sua penetração geográfica no mercado”.

Para o Diário Económico, a informação de maior relevo é o aumento dos matutinos em 24,5% do número de leitores desde 1993, correspondendo a mais 107 mil leitores em Portugal. Destes, os jornais generalistas Correio da Manhã e Jornal de Notícias foram os que verificaram um maior aumento. Analisando os mesmos dados da APCT, o Público prefere destacar o aumento da circulação média por edição no período 1998-2003 dos jornais 24 Horas e Correio da Manhã. O Diário Económico chama também a atenção para o fenómeno dos jornais gratuitos em Portugal, com custos baixos de produção, redacções pequenas e informação quase sempre local. Neste momento, são gratuitos os jornais da Região (grupo Impresa) e Destak, distribuído no metro e nos comboios de Lisboa, bem como alguns jornais sectoriais. Quanto aos jornais desportivos, o Público refere as tendências erráticas em termos de tiragens deste tipo de publicações. Escreve-se: É também na imprensa desportiva que se adivinha a maior descida do número de exemplares vendidos e oferecidos nestes cinco anos em análise”.

O atento Manuel Pinto (Jornalismo e Comunicação), em comentário de ontem no seu weblog, escreveu: “É certo que se regista um crescimento significativo de jornais como o Correio da Manhã e Jornal de Notícias. Mas é indesmentível o peso da imprensa gratuita e dos diários desportivos (um caso que merecia um estudo aprofundado e uma análise comparativa com o que se passa noutros países). Por outro lado, não parece preocupar muito os comentadores - responsáveis de pelo menos dois dos jornais portugueses de referência, citados na notícia, o facto de os segmentos de leitores mais jovens estarem aparentemente cada vez mais afastados do hábito da leitura de diários”.

2. Segundo a Meios & Publicidade, o Diário de Notícias prepara alterações no seu grafismo e conteúdo. Na altura de comemorar 140 anos, entre as novidades, “poderão estar a mudança da página do editorial, que deverá passar para o início do jornal, assim como a passagem da programação a apenas uma página. Por outro lado, o título deverá perder o tom cor-de-laranja durante a semana e aos sábados, passando a actual configuração do jornal a sair unicamente aos domingos. Os colunistas do Diário de Notícias também poderão ser alterados”. Refira-se que o Diário de Notícias baixou a sua tiragem de 52 mil exemplares em 1998 para 47 mil em 2003, altura em que Bettencourt Resendes foi substituído à frente do jornal pelo actual director Fernando Lima.

3. Ainda segundo a newsletter de hoje da Meios & Publicidade, há novidades sobre a revista do grupo Cofina, a lançar até Junho. Ela chamar-se-á Sábado e tem saída semanal prevista à sexta-feira. A Cofina reconhece o prestígio do título que existiu há uma década atrás, pelo que decidiu recuperá-lo. A direcção editorial conta com João Marcelino, actual director do Correio da Manhã, e com o jornalista João Gobern na direcção. A redacção, já completa, começa hoje a trabalhar no edifício do jornal desportivo Record, também pertença da Cofina. Ainda por definir estão o dia do lançamento oficial e o preço de capa da revista.

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