AUDIÊNCIAS
Saídos recentemente, quero hoje mencionar dois livros, em especial as secções onde são feitas análises às audiências (aplicadas às indústrias culturais):
1) em John Hartley
“O termo audiência é usado para descrever um grande número de pessoas não identificadas, normalmente unidas pela sua participação na utilização dos media”. O conceito “é um meio pelo qual esse grupo, impossível de conhecer, pode ser imaginado. Nomear uma audiência envolve normalmente homogeneizá-la, atribuir-lhe determinadas características, necessidades, desejos e interesses”. A audiência enquanto paradigma serve os interesses de três grupos-produtores: 1) instituições dos media, 2) investigadores dos media (incluindo críticos), e 3) órgãos reguladores (governamentais).
"As audiências permitem às organizações dos media vender publicidade ou cumprir as suas obrigações públicas ou estatutárias, quer para a televisão, a rádio, ou as revistas ou a imprensa. Para este fim, é importante conhecer a dimensão, a qualidade (composição demográfica) e as características das audiências, pois esta informação está directamente relacionada com a receita. Isto explica a aferição contínua do número de espectadores, ouvintes e leitores”.
[John Hartley (2004). Comunicação, estudos culturais e media. Lisboa: Quimera,pp. 28-30]
2) em Jorge Paixão da Costa
Por meio do audímetro, os estudos de audiência evoluiram a partir de dois conceitos: 1) a audiência total (TVR), que corresponde à percentagem de indivíduos diferentes que contactaram com um canal, pelo menos um minuto, 2) a audiência Média (Rating), que é aferida a partir da audiência para cada Unidade Base de Medida (UBM) de um determinado período de emissão.
É com base na audiência média que se calcula um outro valor importante para aferir o grau de popularidade de um determinado programa. Esse valor tem o nome de share (quota) e refere a percentagem de indivíduos e tempo que são despendidos a ver um determinado canal/período/horário/programa, relativamente ao total de tempo e de indivíduos que estavam a ver televisão durante esse período de tempo. A importância do share reside no facto de se poder ter uma ideia da posição relativa de um determinado conteúdo ou do canal de televisão observado, e é sobretudo um indicador utilizado pelo mercado publicitário que deverá corresponder a um investimento equivalente.
[Jorge Paixão da Costa (2003). Telenovela: um modo de produção. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, pp. 130-132]
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