MEXIDAS NO TOPO DOS MEDIA DA PT
Os dois jornais de qualidade de Lisboa dão hoje destaque a alterações na orgânica dirigente da Lusomundo Media (LM), a holding de comunicação social do grupo PT. A Luís Delgado, junta-se Mário Bettencourt Resendes na administração da empresa (que também é nomeado administrador executivo da Global Notícias, que fica por baixo do chapéu de chuva da LM, e que tutela as publicações do grupo excepto a rádio TSF). Para além do que as notícias dos jornais trazem, gostaria de deixar aqui três comentários.
Um sobre a notícia do Público, assinada por Paulo Miguel Madeira, a de que Resendes é uma "personalidade politicamente mais moderada". Presumo que relativamente a Delgado. Estas coisas deviam ser mais adequadamente escritas, sem ambiguidades, e os leitores ficavam a ganhar, até porque é traçado um percurso profissional pormenorizado de Luís Delgado. A notícia do Diário de Notícias, não assinada e na última página, dá conta de quem sai (como no futebol, só se fala em reforços, mas omite-se, por vezes, que é o "looser"). Para além de Henrique Granadeiro, destacado para a fundação PT (que entra em concorrência directa, creio, com a Fundação Portuguesa das Comunicações, onde a PT é parceira), a notícia revela que sai da estrutura Zeinal Bava, gestor que tem tido uma carreira fulgurante no grupo PT (indicado pelo grupo bancário Espírito Santo). A sua saída parece ser um desaire. Ao invés, as subidas de Delgado e, em especial, Resendes são de salientar.
A mudança de nomes, com o reforço de jornalistas de elevada craveira - quer se goste ou não politicamente deles -, em detrimento de homens da área financeira, como Bava, é um indício que a PT se prepara para mudanças mais profundas na sua área dos media. Vendas? Compras? Reorientação estratégica?
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