segunda-feira, 25 de outubro de 2004

AS 1001 MANEIRAS DE FAZER HUMOR

Este é o título do artigo de João Miguel Tavares, no Diário de Notícias de hoje. Embora recomende a sua leitura, não gosto tanto da sua apreciação sobre Luís Afonso, o animador de serviço do jornal Público. Escreve-se: "Afonso é um desenhador muito limitado, mas o seu traço é funcional q.b. para suportar o apuro das suas ideias humorísticas". Claro que se reconhecem à distância os "bonecos" daquele alentejano de ar tranquilo, mas a posição das personagens de Afonso e o que elas dizem, em especial o barman, são do melhor que tenho lido.

A propósito quero destacar mais dois textos do mesmo jornal. O primeiro pertence a Miguel Gaspar, sobre o novo sítio do Diário de Notícias. Claro que há algum auto-elogio, mas que fica bem, pois a peça contém muita informação útil sobre o mesmo. E reconhece (como também o provedor do leitor, no mesmo jornal) implicitamente que o sítio do jornal era uma peça antiga a precisar de substituição.

O outro texto, que se adivinha na capa, é o de Leonor Figueiredo sobre a central de comunicação do Governo, mais a informação dada pelos correspondentes do jornal em Madrid, Paris e Londres. Eu já escrevera sobre o tema aqui no blogue e concordo no geral com o que é dito no artigo. Só lamento a citação atribuída a uma fonte da assessoria de Santana Lopes "que não se identifica". Já ontem fiz um comentário crítico a semelhante definição por parte de jornalistas do Público. Tal tipo de fontes tem de se evitar; as fontes precisam de ser identificadas, excepto se haja perigo de vida, lê-se nos manuais sobre fontes de informação.

Fala-se agora muito do contraditório. Mas aplicá-lo a uma fonte não identificada não resolve a questão do jornalista em ouvir duas fontes com posições diferentes, no mínimo, para garantir o padrão de objectividade tal como foi apresentado por Gaye Tuchman, num texto clássico dos anos de 1970.

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