JOGOS ONLINE
Pode dizer-se que o online é o que está a dar. Informa a publicidade: "Depois do namoro online e das compras online, chegou a sorte online". O anunciante é a Santa Casa.
Depois da lotaria, do totoloto, do totobola e da raspadinha, surge a vez dos jogos online. A aposta é nos jogos via internet ou SMS. Para além da necessidade contínua do jogo, há um outro fenómeno a destacar, o da modernidade tecnológica.
Nesta actividade dos jogos da sorte e do azar, a tecnologia acaba com a intermediação que constituiam os agentes localizados fisicamente. Ainda me recordo de toda a logística colocada até recentemente nos jogos do totoloto e do totobola. Cada agente recebia as apostas até ao fim de sexta-feira, depois transportadas por carrinhas e camiões por todo o país para a sede dos jogos, ali perto da Praça da Alegria (Lisboa). Com a informatização dos balcões, desapareceria essa frota, embaratecendo os custos de produção.
Agora, uma nova etapa se cumpre. Ou seja, também o processo de jogar ganha imaterialidade. O dinheiro que se gasta - pois o que se ganha é sempre em proporção muito menor, para não dizer que nunca se ganha - circula pelas estradas da informação electrónica, como cada vez mais se faz nas transferências bancárias. Claro que é um exagero escrever: "Agora, pode apostar de qualquer lugar. Até daqui". Um mupi ainda não é um sítio electrónico e interactivo.
O que importa realçar é a elaboração de uma cultura do jogo. Quem não se lembra do hipotético Casino de Lisboa nos últimos anos? E os bingos que proliferam junto aos clubes de futebol e não só? Vivemos, de facto, numa sociedade que apela permanentemente para os jogos da sorte e do azar.
Sem comentários:
Enviar um comentário