quinta-feira, 25 de novembro de 2004

Medir audiências

Hoje, a aula contou com Helena Barbas, socióloga e directora de estudos de meios da Marktest, onde alunos e professor aprenderam muito sobre a medição de audiências, em especial na rádio e na internet.

Se o sistema de audiências em termos de televisão começou no começo da era da televisão privada (1992), a rádio passou a ter o seu sistema de medição dois anos depois. Assim, é possível quantificar as audiências e ter os perfis de ouvintes e de horários das principais estações. O universo compreende pessoas de 15 e mais anos de idade. A amostra atinge 6006 entrevistas com distribuição de variáveis de género e de dia da semana. O questionário corre em computador (entrevista telefónica para recolha diária entre as 17:00 e as 22:00).

O questionário Bareme rádio envolve três grandes grupos de perguntas: 1) principal estação ouvida nos últimos sete dias, 2) audiência de véspera (indicador mais fiável, por causa da nossa memória), 3) hábito. Esta última variável engrena naquilo a que se chama a probabilização dos resultados, que serve as agências de publicidade para fazerem o seu planeamento de meios. Os indicadores são: audiência média, tempo médio de audiência, tempo médio de audiência acumulada, tempo médio de audiência de véspera, share de audiência e share comercial de audiência. No terceiro trimestre de 2004, em termos de audiência acumulada de véspera, a RFM mantém a liderança (12,9%), seguindo-se a Rádio Renascença (10,2%), a Rádio Comercial (6,1%), a TSF (4,6%), a Cidade FM (4,3%) e a Antena 1 (3,7%).

Internet

Já quanto à internet, a Marktest tem um painel de cibernautas desde 2000, o qual permite medir a actividade na internet, a partir dos computadores utilizados por cada indivíduo. O recrutamento tem uma base aleatória (através de entrevista telefónica, indagando se existe pelo menos uma pessoa que navegue na internet em casa) e existe um permanente sistema de gestão em termos de manutenção do painel (há constantes mudanças de software nos computadores pessoais, que podem incompatibilizar a aplicação informática da Marktest). O actual painel (Novembro de 2004) tem uma amostra em produção de 1067 lares, embora o número em produção útil seja levemente inferior (962 lares).

A análise aos períodos de maior uso dos computadores permitem constatar que este meio de comunicação funciona - em termos de maior consumo - em horários distintos dos da televisão, com um pico à volta das 22:00 [curiosamente, as horas de maior acesso ao meu blogue I. C. decorrem das 15:00 às 21:00]. Ao domínio principal (.pt) acedem 97,8% dos cibernautas e ao domínio secundário (.com) acedem 93,7%, enquanto cada página é vista em média de 38 segundos. Já em termos de acesso a sítios, segundo dados de Outubro último, o motor de busca Google é o mais procurado, seguindo-se o portal Sapo [foi exactamente no mês passado que este foi ultrapassado por aquele na liderança]; contudo, as visitas ao Sapo têm uma duração maior em média (45 segundos) do que o Google (20 segundos), isto porque no Sapo se encontram notícias e informações diversas, enquanto o Google serve apenas para pesquisar a partir de palavras-chave.

Em termos de classificação por temas, os sítios mais visitados são os portais portugueses, seguindo-se os sítios com caixa de correio electrónico, os ligados aos media e os que pertencem ao entretenimento (adultos e jogos).

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