Nestes acontecimentos, ele detecta elementos comuns, por uma razão: foram acontecimentos excepcionais que pressupunham tratamento jornalístico excepcional. Melhor dizendo, onde se poderia mostrar o melhor, mas também o pior, num momento em que a internet ganha espaço em termos de informação. Mas todos os media, incluindo a internet, não estavam preparados para a crise. Por um lado, o grande tráfego de informação, com os media a noticiarem de modo muito rápido (e com pouca acurácia). Por outro lado, a grande concorrência [e competência] entre os diferentes meios (televisão, rádio) com o novo meio (internet).
Contributos para uma história do ciberjornalismo
Passaram apenas dez anos desde que o New York Times (NYT), por exemplo, tem uma edição electrónica, mas detectam-se fortes alterações a nível da arquitectura e a nível dos conteúdos. Foi a 11 de Novembro de 1994 – precisamente dez anos antes do dia da comunicação de Salaverría – que o NYT anunciava a edição informática do jornal (com esta mesma designação). Nessa altura, também, em congresso ocorrido em Navarra, anunciava-se que edições diárias do El Periodico e do El Mundo podiam ser lidas no computador (também usando esta expressão).
Outras redes surgiriam. Assim, a 10 de Janeiro de 1999, um jornal electrónico (ou já se chamaria digital?) anunciava que “we have started weekly posts" – era o começo das mensagens e da interactividade. Mais perto de nós, continuava Salaverría, o El Pais (2003) tornava-se um jornal multimedia e hipertextual.
Debilidades e forças da imprensa digital
Salaverría enunciou três debilidades: 1) impressão tecnológica, 2) escassa serenidade jornalística, 3) falta de identidade própria. Para ele, a internet tem como condição principal o ser a primeira a dar a informação, mas não existem mecanismos para dar a informação correcta e com rigor. Mas, com a presença mais frequente do ciberjornalismo, aprenderam-se algumas lições: 1) preparação tecnológica, 2) a internet conta, 3) a internet é multimedia (não é informação textual mas oferece outros conteúdos). Isto é, a informação não está apenas nos media tradicionais, mas alarga-se a outras fontes e canais, com as redes a oferecerem conteúdos alternativos. Crescem as fontes primárias e de observação directa, como os blogues, os fóruns, as publicações colectivas.
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