segunda-feira, 15 de novembro de 2004

Paul Lazarsfeld e a história da inovação educacional

A história da inovação nos últimos 500 anos é bastante instrutiva, escreve Morrison (2001). Cada século daria origem a pontos distantes de mudança.

Assim, no séc. XVI, deu-se a integração dos estudos humanísticos, o novo ensino, a universidade. A instituição mais característica foi o estabelecimento do Colégio de França. Já o séc. XVII viu a emergência das ciências naturais – a ascensão do baconismo foi levada pelos académicos de que a Sociedade Real em Londres era líder e símbolo. Francis Bacon (1561-1626), apelidado de construtor da máquina lógica, iniciou o método de recolha de dados, interpretação judiciosa, experimentação e descoberta das leis da natureza a partir da observação organizada das suas regularidades.

O séc. XVIII foi diferente institucionalmente. Vivia-se no tempo do Iluminismo e preparava-se a Revolução Francesa. Isto obviamente não representava uma inovação universitária. Quanto ao séc. XIX, observou-se a moderna norma integrada do desenvolvimento universitário. O principal papel coube à Universidade de Berlim, fundada em 1810, e chamada a mãe de todas as universidades modernas.

E sobre o séc. XX? Considera-se a perspectiva de Lazarsfeld, um notável inovador educacional, a qual passa pelo centro ou instituto de investigação, envolvendo equipas de investigadores com papéis e trabalho definido em partes, sob o controlo de um director. O dinheiro (o investimento) vinha de contratos. Este conjunto de investigação viu o nascimento de um novo papel e figura académica – o académico empresário. Lazarsfeld racionalizou a produção do conhecimento dentro do centro de investigação. O processo desenvolveu-se com a pesquisa de marketing, onde podemos dizer que o conhecimento foi industrializado. O sucesso destas empresas universitárias é o seu ritmo de produção. Não se abandonaram valores, mas a investigação reside cada vez mais nos processos decisórios.

Leitura: David E. Morrison (2001). “The historical development of empirical social research”. In Graham Roberts e Philip M. Taylor (eds.) The historian, television and television history. Luton: University of Luton Press

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