sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

LEITURAS

pedromexia1.JPGPedro Mexia escreve hoje, no Diário de Notícias, sobre João Bénard da Costa. Subscrevo tudo o que ele diz.

Entre Bénard da Costa e a moda em Paris

Cito uma parcela do texto de Mexia sobre o anteriormente apresentado subdirector e depois director da Cinemateca e agora escritor: "Bénard da Costa consegue ser praticamente o único cronista português (com António Lobo Antunes) que está fora da agenda. Bombas em Bagdad? Bénard escreve uma crónica sobre Tintoretto. Demissão do Governo? Bénard elogia Mântua. Eleições antecipadas? Bénard recorda uma página de Proust. E tudo isto com a memória sempre introduzindo nos textos ângulos pessoalíssimos, com uma linguagem cada vez mais conversada e lúdica".

Esta prosa introduz a imagem que retirei do caderno "DNA" de hoje (eu escaneei parte da imagem porque a máquina não permite senão o formato A4; peço para não me cobrarem direitos de autor). O título que acompanha a imagem é Os conquistadores, não remetendo para as modelos comendo nuvens de açúcar mas para os "cinco criadores de moda portuguesa [que] avançam sobre Paris e conquistam a capital da moda. Com mostras de profissionalismo e requintado sentido estético". Com o apoio da Portugal Fashion, eles/elas são: Anabela Baldaque, Miguel Vieira,Luís Buchinho, Fátima Lopes (falta um; perdi-lhe o rasto).

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Cinema em Portugal: os números do nosso descontentamento

A notícia foi dada anteontem. O Público de ontem, em texto de Lucinda Canelas, aprofundava. Menos dois milhões de portugueses nas salas de cinema em 2004 era o título. Shrek 2 com mais de 729 mil espectadores, A paixão de Cristo com 647 mil e a última odisseia de Harry Potter com 498 mil foram os filmes mais vistos. Dos portugueses, o mais visto foi Sorte nula, de Fernando Fragata (pouco acima de 45 mil espectadores).

O ICAM mostrou esses números desagradáveis: as salas de cinema tiveram, em 2004, 15,8 milhões de espectadores. O presidente do ICAM apontou para as mais baixas taxas de frequência de cinema no nosso país (1,6 espectadores/ano) contra a média de 2,2 vezes/ano na Europa.

Estamos diante de um problema. A razão principal é a crise económica. Há também a concorrência: a televisão, os DVDs e o cinema em casa, como escrevi ainda esta semana (em análise à situação em Espanha, que é a inversa da nossa). Mas não posso destacar a irracionalidade empresarial: em 2004 abriram vários megacomplexos de cinema. A pergunta inevitável é: se há menos espectadores porquê aumentar o número de salas? A resposta é: a concorrência leva os exibidores a acompanharem o movimento uns dos outros. Se um abre uma sala o outro não quer ficar atrás e abre uma sala.

Duas observações: 1) a sala do Mundial reabriu. Segundo ouvi na rádio tem três salas novíssimas (eu lamentara-me aqui pois vi o Goodbye Lenin num dos últimos dias de exibição na sala), 2) a praça de toiros do Campo Pequeno está quase pronta (um mimo, não? Basta ver na fotografia) e anunciam-se 8 - oito - cinemas; não são demais?

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