SÉRIES DE TELEVISÃO
Alguns grupos de alunos de licenciatura escolheram o tema para escrever os seus trabalhos.
Sexo e a cidade
Esta série de televisão, agora em reposição num canal de cabo, foi tema de trabalhos de dois grupos. A série Sexo e a cidade tem como centro quatro mulheres que vivem em Nova Iorque, pertencendo a um estrato de classe média alta, com altos níveis de consumo e padrões liberais de relacionamento com o género oposto.
Um dos grupos foi constituído por Inês Cruz, Carolina Marrote e Laura Oliveira. As alunas inquiriram 50 pessoas do género feminino entre os 20 e os 45 anos de idade, tendo como objectivo perceber se uma telespectadora encontra ligações entre a ficção e a realidade ou se a faz por puro entretenimento.
Do conjunto de entrevistadas, 27 consideram-se fãs da série no sentido dado por Grossberg, autor já referenciado várias vezes no blogue. Para as alunas, a razão prende-se com o facto do gosto das mulheres recair em dramas, romances e séries onde a ênfase é colocada mais nas relações que na acção. No inquérito, as respostas tenderam para a personagem Carrie Bradshaw (10 em 27): “sonhadora, solteira, bonita, tradicionalmente mais conservadora, que discute com as amigas assuntos difíceis e delicados, como por exemplo a independência financeira, emocional e sexual da mulher, mas que continua na busca do homem perfeito, acreditando que um dia o há-de encontrar”, escreveram as alunas. Charlotte York (5), Samantha Jones (2) e Miranda Hobbes (1) têm a restante preferência das inquiridas, das quais 19 se identificam com as personagens, em especial na moda (12) e no estilo de vida (7).
Também o grupo de Marta Rodrigues, Laura Fernandez e Bernardo Silva abordou o mesmo tema. O inquérito, de oito perguntas, foi feito a 27 pessoas, maioritariamente do género feminino (dos 18 aos 47 anos, mas predominância do nível etário dos 19 aos 24 anos). Entre três hipóteses (ver frequentemente, de vez em quando e nunca), a maioria vê a série de vez em quando, pois ela é transmitida tarde (24 respostas), porque os telespectadores estão ocupados (2) ou porque dá um programa mais interessante ao mesmo tempo (1). A exemplo do grupo anterior, também este recolheu uma resposta semelhante quanto à personagem: Carrie (7), Miranda (2), Samantha (2) e Charlotte (1) [não está aqui todo o universo estudado]. [na imagem, Kim Cattrall, intérprete da personagem Samantha, na capa do Sunday Times, de 2 de Janeiro último]
Para que série pende o telespectador?
Carla Pereira, Rogério Costa e Tiago Trovão, com o título A recepção de séries de culto, procuraram descobrir qual a série mais vista de entre um conjunto que eles colocaram no inquérito, respondido por 14 mulheres e 11 homens. Assim, de sete séries, as mais populares são Sexo e a cidade e Simpsons; de várias faixas etárias, a dos 22-24 é a que consome mais séries [observação: os alunos não ponderaram a resposta face a um maior número de respondentes nessa faixa etária, o que distorce os resultados]. Perfil da personagem e temas são os principais motivos de adesão.
Finalmente, João Martins e Sofia Trigo, num trabalho apurado, compararam os fãs das séries Dawson’s Creek, ER – Serviço de urgência e Ficheiros secretos, entrevistando 30 estudantes universitários dos dois géneros e com idades compreendidas entre 20 e 30 anos. Como ER – Serviço de urgência está a ser transmitido no canal por cabo SIC Mulher, há um número maior de respondentes que afirma ver a série. Das razões que levam os inquiridos a verem as séries, os alunos concluem pelo entretenimento (33%), pela distracção (32%) [não consigo ver distinção entre estas variáveis] e interesse (28%). De outras perguntas feitas no questionário, relevo a das séries terem ou não uma função social: 67% acha que sim. Ainda no questionário foi perguntado se costumam ver séries portuguesas: os respondentes afirmaram não ver em 83%, embora 86% ache importante a existência delas.
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