quarta-feira, 30 de março de 2005

MODA EM DOIS CONTEXTOS DISTINTOS

Os dois recortes de imprensa que ilustram esta mensagem provêem de situações diversas. O primeiro pertence a uma notícia saída no Sunday Times do último domingo (dia 27) e conta a história de três mulheres de uma certa idade que têm experimentado as várias modas ao longo da sua vida, em peças assinadas por Fiona Henderson. Caroline Elbert, que aparece na imagem, recorda os já idos anos 1950: nessa altura, as rapariguinhas vestiam-se como as suas mães.

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Caroline devia ser uma mulher muito bonita, a avaliar pela imagem actual do seu rosto. Só em meados dos anos 1960, quando começou a trabalhar em antiguidades na rua Portobello (Londres), é que começou a experimentar a moda. Era hippie e um pouco selvagem que adorava o brilho dos veludos, camisetas e pernas à mostra com uma bracelete no tornozelo. Já mais para o fim da mesma década, Yves Saint Laurent abria a sua primeira loja pronto-a-vestir na Bond Street, um espaço lindo. Caroline, a trabalhar numa empresa americana e mãe de duas crianças, deixou-se levar pela moda francesa. Quando, dez anos depois, viajou pela Ásia central, foi a descoberta de um outro estilo, com um casaco do Uzebesquistão, que ela usava com umas calças jeans.

O segundo recorte pertence ao Público de 20 de Março e dá conta da ModaLisboa. Isto é, enquanto a notícia de cima mostra as escolhas em termos de consumo, esta apresenta o design que aponta para um estilo de produção. Tendências românticas e etno-chic marcarão influências lá mais para o fim do ano.

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Pedro Mourão, Miguel Vieira, Nuno Gama e Osvaldo Martins foram nomes destacados na peça jornalística assinada por Maria Antónia Ascensão, em página agradável pelo seu design. Retiro só uma pequena parte do texto: "As silhuetas combinam bustos justos ao corpo com saias em balão. Mas o contrário também não é proibido". Ou seja, tudo é possível. Das nove imagens que ilustram a página, seis pertencem a modelos femininos.

A minha pergunta: em termos de indústrias culturais, quanto é que vale o negócio da moda em Portugal?

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