sábado, 16 de abril de 2005

INDIELISBOA 2005

Lê-se no Público de ontem: "A aposta inicial do festival mantém-se: permitir que o IndieLisboa seja um espaço reconhecido pela sua capacidade de revelar novas obras e novos cineastas, com um carácter marcadamente internacional, e capaz de aproximar o cinema independente e a sua enorme capacidade criativa de um público alargado". O IndieLisboa inclui secções de competição, observatório, herói independente, sessões especiais, antestreias e o IndieJunior. As sessões decorrerão de 21 de Abril a 1 de Maio nas salas do King e do Fórum Lisboa.





O IndieLisboa 2005 terá extensões no Porto (7 a 9 de Maio), Famalicão (12 a 14 de Maio), Aveiro (3 a 5 de Maio), Caldas da Rainha (2 a 5 de Maio) e Faro (2 a 6 de Maio), uma prova de descentralização das indústrias culturais.

Um pequeno estudo sobre o cinema independente

Raquel Leal, do mestrado de Ciências da Comunicação da Universidade Católica, fez um trabalho, para o módulo de Media, Públicos e Audiências, sobre o cinema independente e o IndieLisboa 2004. Ela partiu de várias perguntas: "O que distingue o cinema comercial do cinema independente? Serão os temas? Será o público que assiste? Será o financiamento privado para a produção do cinema independente? Será a sua colocação no mercado, ou seja, a sua menor circulação? Serão os realizadores de um ou outro tipo de cinema?"

A aluna entende o cinema independente como tendo mais "autonomia na produção deste tipo de cinema, em relação ao cinema comercial: ambos são indústrias culturais, contudo a componente do lucro é, sem dúvida, uma maior imposição no cinema comercial". Segundo Raquel Leal, cerca de 40% do orçamento de um filme comercial destina-se à publicidade; assim, falar de independência pode significar uma questão financeira. A que se prendem os apoios à produção cinematográfica: 1) o cinema comercial conta com investimentos privados, 2) o cinema independente conta com subsídios de apoio à cultura, prémios e auto-promoção.

A primeira edição do IndieLisboa (Festival Internacional de Cinema Independente de Lisboa, INDIE) decorreu em Lisboa, no cinema São Jorge, de 24 de Setembro a 2 de Outubro de 2004. A ideia de realizar um festival deste tipo surgira da Zero em Comportamento (ZeC), uma associação cultural sem fins lucrativos que promovera durante seis anos e até 2003 vários ciclos de cinema no Cine-Estúdio 222, perto do Saldanha, em Lisboa. Estes ciclos da ZeC tinham um público maioritariamente na faixa etária dos 18 aos 30 anos, estudantes universitários e recém-licenciados, pertencentes à classe social AB. Cada dia dos ciclos contava com uma média de 110 pessoas por dia, perfazendo duas mil por mês. Além disso, a ZeC publicou uma revista, a Zero Mag, com uma tiragem de cinco mil exemplares,e que eu fiz aqui alusão.

O projecto do Indie surgiu depois da ZeC abandonar a exploração dos ciclos no cinema Estúdio 222. Rui Pereira, Nuno Sena e Miguel Valverde acumulariam funções de direcção e de programadores do festival, tendo depois convidado Ana Teresa Real para responsável da direcção artística. A primeira edição, a de 2004, procurou homenagear o mais famoso festival de cinema independente americano, Sundance, dirigido por Robert Redford. Um dos grandes objectivos é o da criação de novos públicos. A atribuição de prémios está também incluida nos atributos do festival que vai entrar em segunda edição.

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